
"É pobre a leitura a que só se faz para saber como termina um livro."
Para mim, um livro é muito mais do que isso, é um companheiro que sempre tem um conselho para me dar, é um objecto que me transmite emoções e que guardo com carinho, que gosto de tocar e observar… e talvez por me perder nestes pequenos pormenores deixo passar as horas que podia ter para o ler, mas não me importo, tenho plena consciência de que não viverei anos suficientes para ler todos os livros que gostaria e, por isso, a contemplação dá-me de certa forma algum consolo.
No meu pensamento, o que define uma boa história é o final e, eu gosto de finais felizes! Se chegamos ao fim, e não há nada que possamos tirar da história então de que vale tanto esforço nosso e dos personagens se não conseguem alcançar aquilo porque ambicionam!? Por isso, quando termino de ler um livro, gosto que ele me deixe algo em que pensar e que me deixe saudade por saber que terminou, e tendo em conta os meus princípios decidi eleger dentro de cada um dos géneros que li em 2010 os livros que mais me marcaram.
E, apesar das perdas sentidas ao longo da história e das cenas cruéis que envolviam as batalhas, o final compensa por tudo isso.
Adjectivando: Tocante!
§ Romance

Profundamente abalada, Miranda decide esquecer aquela experiência assustadora. E, para isso, nada como aceitar o convite para ir a Itália confirmar a autenticidade de A Dama Negra, um bronze renascentista representando uma cortesã dos Medici.
Mas, em vez de cimentar a sua posição como a maior perita mundial nesse campo, a viagem a Itália destrói-lhe a reputação. Sentindo-se alvo de uma cilada, Miranda está decidida a limpar o seu nome. Mas ninguém parece disposta a ajudá-la... com a excepção de Ryan Boldari, um sedutor ladrão de arte, cujos objectivos são obscuros.
Agora torna-se evidente que o assalto à porta de sua casa foi muito mais do que isso... e que a Dama Negra possui tantos segredos quanto a cortesã que a inspirou. Com a ajuda de um homem em quem não deve confiar mas por quem sente uma atracção intoxicante, o futuro de Miranda parece repleto de traições, mentiras e perigos mortais.A Dama Negra levou-me a descobrir Nora Roberts, uma autora já com uma vasta obra literária dentro do género, e que tem a capacidade de despertar os nossos sentimentos. Até mesmo eu que não me considero muito dada a romances fiquei rendida!
Nesta história senti uma grande afinidade com a personagem principal, alguém que sempre colocou a carreira profissional em primeiro plano e, que por inveja e maldade dos outros vê ser destruída, e num acaso da vida enquanto busca pela reposição da verdade encontra o amor. O final era o que também eu desejava.
Adjectivando: Compensador.

Anteriormente a este livro já foram publicados outros sequenciais que poderão ajudar a entender o percurso das personagens principais, mas mesmo assim a história em si é independente das outras. E, esta não se prende só com o homicídio, existem outros valores que são destacados ao longo da história, como a frieza e ausência de sentimentos para com os animais, a capacidade que um ser humano tem para tirar a vida de alguém e o saber dar de nós em prol dos outros.
Adjectivando: Humano.

Os bizarros assassinatos conduzem o comandante Gray Pierce e a Força Sigma numa corrida contra o tempo para resolver um enigma que remonta a muitos séculos atrás, a um crime medonho contra a humanidade escondido num códice críptico medieval. A primeira peça do puzzle é descoberta num cadáver mumificado, enterrado num pântano inglês, um segredo horrível que ameaça a América e o mundo.
Ajudado por duas mulheres de seu passado - uma, a sua ex-amante, a outra, a sua nova parceira - Gray tem de reunir todas as peças de uma terrível verdade. Mas as revelações têm um custo elevado e, para salvar o futuro, Pierce terá que sacrificar uma das mulheres ao seu lado. Isso por si só pode não ser suficiente, à medida que o verdadeiro caminho para a salvação vai sendo revelado numa sombria profecia da maldição.
A Força Sigma enfrenta a maior ameaça que a Humanidade já conheceu, numa aventura que vai desde o Coliseu romano aos picos gelados da Noruega, a partir das ruínas de mosteiros medievais aos túmulos perdidos de reis Celtas. O último dos pesadelos é trancado dentro de um talismã enterrado por um santo morto - um artefacto antigo conhecido como a chave do Juízo Final.Este género pode englobar vários livros que li e que receberam a minha nota positiva, mas opto por um que também podia constar no género policial mas pelo rumo da história penso que seja mais correcto colocá-lo aqui.
Falo de A Chave Maldita de James Rollins, um autor que já conhecia de nome há algum tempo e que sempre me despertou bastante curiosidade por construir as suas histórias com base em factos reais (particularidade que aprecio bastante), felizmente tive oportunidade de ler o seu último livro e digo que é uma história e tanto! Porque nos faz pensar em assuntos bastante controversos e actuais como um bem essencial à vida – a alimentação. E, depois a juntar a isso temos personagens cheias de personalidade, as mais variadas paisagens e motivações, e muita acção.
Adjectivando: Estrondoso!
§ Não-Ficção/Ensaio
E, os dois livros que li parecem-me ter valor suficiente para os destacar:

Este projecto definiu-se em torno de dois objectivos principais: primeiro, dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas (Jungfrau-Aletsch na Suíça, Quilimanjaro na Tanzânia, Huascarán no Peru, Ilulissat na Gronelândia e o Sagarmatha no Nepal); segundo, trabalhar se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos.
O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.
Horizontes em Branco leva-nos a ver o problema do aquecimento global mais a fundo, mostrando-nos quais as implicações disso na nossa vida e na vida daqueles que já estão a sofrer com as suas consequências directas.
É importante mostrar ao mundo a fragilidade de todo planeta e o papel que cada um de nós pode desempenhar na preservação da vida.
Adjectivando: Factual.

Para o autor do livro, Madeleine Beth McCann é a principal preocupação - é ela a vítima, e são as vítimas que têm de ser defendidas pela polícia e perseguidos os culpados do seu sofrimento. Tendo-lhe sido impossibilitado solucionar o caso, devido ao seu afastamento, quando se encontrava eminente a recolha de testemunhos vitais, preferiu abandonar a vida policial activa e retomar a liberdade de expressão não só para lavar a honra das calúnias que sobre si foram lançadas, mas para ajudar a que o caso não caia no esquecimento e a que, mais tarde ou mais cedo, o processo seja reaberto e feita justiça.
Maddie: A verdade da mentira é um livro envolto em muita polémica e, sinceramente, acho que não há assim tantos motivos para isso, é certo que o assunto retratado é bastante delicado mas nada mais. Fico satisfeita por saber que ele brevemente vai estar disponível para quem se sentir impulsionado a ler, e digo desde já que é um livro bastante simples que não fala só do caso em si, fala também daquilo que cada um de nós significa no mundo.
Adjectivando: Sincero.
Acho que qualquer um destes livros é uma boa escolha para passar umas horas em boa companhia. Quanto a mim, resta-me aguardar para ver quais serão as minhas escolhas para o final de 2011...
Até lá, Boas Leituras!...