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A Biblioteca das Sombras - Mikkel Birkegaard [Opinião]


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de Mikkel Birkegaard   

Edição/reimpressão: Abril de 2011
Editor: Porto Editora
Páginas: 424
ISBN: 978-972-0-04552-2

SinopseNo coração de Copenhaga, a livraria Libri di Luca é mais do que uma simples loja de livros velhos e usados. Quando o proprietário Luca Campelli morre de forma inesperada, o seu filho Jon, um proeminente advogado, ver-se-á envolvido num mistério inquietante.

Jon não planeia trocar a sua carreira pela livraria, mas, após uma tentativa de fogo posto à Libri di Luca, descobre que o pai era o líder de uma sociedade secreta de leitores e amantes de livros, os Lectores, criada para preservar uma tradição oculta que remontava à época do esplendor da Biblioteca de Alexandria. Os Lectores eram pessoas dotadas de um misterioso poder, tão fantástico quanto perigoso, que lhes permitia seduzir o leitor com histórias extraordinárias, evocar mundos imaginados, mas também manipulá-lo e levá-lo a pensar exatamente aquilo que queriam. Quanto mais Jon descobre, mais fica com a certeza de que a morte do pai nada teve de natural. Haverá uma conspiração no seio dos Lectores? Após inúmeras questões que escapam à sua compreensão, o jovem advogado ver-se-á obrigado a investigar as suas raízes para salvar a própria vida.

Uma leitura fascinante e perigosa, repleta de reviravoltas e suspense, que conduzirá o leitor a fronteiras inimagináveis.




Ponto de Vista: Há momentos em que não somos nós que escolhemos as leituras, são os próprios livros que nos chamam, e este foi um deles, logo que o tive em mãos não resisti a começar a folheá-lo, apesar de só agora escrever sobre ele…

Numa leitura sôfrega, foi assim que comecei a envolver-me nesta história envolta em mistério e poderes psíquicos revelados por leitores e leituras, e pelo o feitiço dos livros.


“Quando fechou os olhos, quase conseguiu sentir o odor a pó da loja de alfarrabista e ouvir o silêncio que ressoava pelas estantes como em nenhum outro lugar.”

Em A Biblioteca das Sombras, somos levados até à Libri di Luca e assistimos à morte perturbadora de Luca, e apesar de tudo apontar para uma paragem cardiorrespiratória, nesse mesmo instante desconfiamos de que as coisas não podem ser assim tão óbvias… E, esta morte é apenas o início de algo muito maior.
Jon Campelli é filho de Luca, mas tem uma vida completamente independente de tudo o que envolve o seu pai, é um excelente advogado, e quer manter a distância dos livros e da livraria, que para ele, lhe roubou a atenção de Luca. Mas, apesar da mágoa que guarda dentro de si, a pouco e pouco e na procura de respostas, começa-se a enredar cada vez mais no misterioso mundo dos livros que se mostram estar muito para além da simplicidade do objecto.


“Jon olhou para o livro. Era igual a qualquer outro livro, um monte de páginas com letras e palavras, sem a mais pequena sugestão da vida e da riqueza de cores que acabava de experimentar.”

Pois, o que ele vem a descobrir é que existe uma sociedade secreta milenar, os Lectores, onde um restrito número de pessoas se diferencia pelas suas capacidade psíquicas únicas, já que têm o dom da palavra ou simplesmente da mente, influenciando a leitura e tornando-a tão viva que o leitor passa a fazer parte integrante dela.

“Os textos sem um leitor não podem falar. É necessário que sejam lidos, e então não há dúvida de que falam. Cantam, murmuram, até gritam.”

E à medida que mais personagens se vão juntando à narrativa, e o número de mortes aumenta, tudo se torna cada vez mais inquietante.
Quem está por detrás destas mortes? E, afinal, qual o objectivo?
Numa angústia crescente somos enredados em leituras, intrigas e ambições, e algumas situações inesperadas, que nos levam a visitar Alexandria e muitas das histórias que fazem parte da nossa própria história.

Mikkel Birkegaard, de certa forma, acaba por encontrar a fórmula certa para captar a atenção do leitor, maravilhando-nos com a riqueza das descrições que faz da beleza e da magia dos livros, e a narrativa é feita de uma forma tão visual que praticamente passamos a ver tudo como num filme, mas senti que o enredo às páginas tantas começa a perder um pouco o magnetismo inicial, e o final acaba mesmo por nos deixar um certo vazio.
É certo que, pelo meu cepticismo natural e pelo meu gosto em particular pelo real, não sou por isso a maior adepta do paranormal, e isso poderá ter tido uma certa influência na forma como encarei a história. Mesmo assim, pelo facto de envolver livros e crime, por si só já mereceu as horas que lhe dediquei, e talvez seja uma história para se mostrar em mais capítulos…


“Estavam todos lá, a família Campelli, presentes no pó das prateleiras, na sombra entre as estantes e no ar que só circulava quando a porta da frente era aberta.”

Uma história que poderá ser interessante para quem gosta de um misto de suspense e paranormal, e ao mesmo tempo queira descobrir uma nova perspectiva de encarar o livro e a leitura.

“A literatura tem adquirido um brilho exageradamente romântico nos tempos que correm. Ler tornou-se uma espécie de passatempo para intelectuais. Mas na realidade não é mais do que um meio de distribuir informação, ou até uma forma de entretenimento, mas acima de tudo, é uma forma de transmissão de conhecimento, atitudes e opiniões.”



Em estrelas: -4¸.•☆


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A Ordem Negra - James Rollins [Outra Opinião]*


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A Ordem Negra
de James Rollins

Edição/reimpressão: 2007
Editor: Difel
Páginas: 454
ISBN: 9789722908313
Coleção: Literatura Estrangeira

SinopseUm misterioso incêndio numa livraria de Copenhaga despoleta uma busca incansável pelos quatro continentes. Fogo posto e assassínio revelam uma insidiosa intriga para roubar uma Bíblia que pertenceu a Charles Darwin. O comandante Gray Pierce mergulha num mistério que já vem dos tempos da Alemanha nazi... e envolve experiências horrendas levadas a cabo num laboratório actualmente abandonado e enterrado nas entranhas de uma montanha polaca.
Noutro continente, a loucura põe de pantanas um remoto mosteiro erguido nas alturas do Nepal, transformando os monges budistas em canibais e torcionários. Lisa Cummings, jovem investigadora americana que vai estudar o fenómeno, torna-se subitamente alvo de um assassino a soldo de forças clandestinas que pretendem silenciar o assunto a todo o custo. O único aliado de Lisa é um peregrino chamado Painter Crowe — director da Força SIGMA e comandante de elite dos cientistas americanos e das forças de operações especiais — que começa a dar mostras de estar afectado pela intrigante doença que contamina a mente dos monges.
E agora está nas mãos de Gray Pierce salvar Painter e Lisa enquanto a Força SIGMA procura desmascarar a trama que há um século procura destruir a ordem mundial actual... e alterar o destino da humanidade para sempre.
Combinando o âmbito histórico de O Código Da Vinci com as emoções imparáveis dos romances de acção contemporâneos, este A Ordem Negra constitui uma emocionante aventura — com um enredo engenhoso, de cortar a respiração, recheado de surpresas... oferecendo-nos ao mesmo tempo uma nova e espantosa perspectiva sobre o nosso lugar no enorme edifício da existência.



Outro Ponto de Vista

Esta história começa por recuar no tempo levando-nos até uma Alemanha Nazi, onde descobrimos o lado mais secreto de Heinrich Himmler que tinha um particular fascínio por runas e pelo ocultismo, integrando um misterioso culto…

“Um circulo fechado de cabalistas ocultistas e cientistas que acreditavam ter sido o mundo outrora governado por uma raça suprema e que voltariam a governar.”

Um mischlinge, sangue mestiço, é poupado juntamente com a sua família para ser obrigado, posteriormente, a levar a cabo experiências horríveis.

A partir daqui, o mistério adensa-se e começam a surgir várias questões, e são elas que nos levam a percorrer as páginas deste livro num fôlego.

»O que foi que o cientista judeu descobriu de tão importante para deixar escrito à sua filha antes de ser assassinado?

“A verdade é demasiado bela para ser ignorada e demasiado monstruosa para ser julgada.”

»O que tem a bíblia de Darwin de tão importante?
»O que esconde a família Waalenberg?

Cabe então à Força Sigma deslindar todo este mistério envolto em muitas perdas de vidas humanas, devastação e uma luta pela sobrevivência em que cada minuto é precioso.

A Ordem Negra é uma história surpreendente que nos prende e fascina do princípio ao fim, tornando-se uma leitura obrigatória para quem gosta do género.


…*Carla Pereira, irmã, amiga
e aventureira em leituras.


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»Página Oficial de James Rollins

»A Chave MalditaJames Rollins [§Opinião]

Balanço das Leituras de 2010...


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Bom, quando um ano termina é quase inevitável não fazer uma retrospectiva de tudo aquilo que vivemos, incluindo as experiências vividas entre páginas.

Este ano, pude constatar que a nível de leituras foi o mais produtivo, pois consegui no pouco tempo que tenho disponível ler 18 livros, sei que para muitos companheiros destas viagens este número é insignificante, mas para mim já é uma grande conquista, e infelizmente nem todos nós temos a mesma velocidade de assimilar palavras e nem sempre devemos ver um livro pelo número de páginas ou por mais um a acrescentar à estatística.


"É pobre a leitura a que só se faz para saber como termina um livro."
- Charles C. Colton -

Para mim, um livro é muito mais do que isso, é um companheiro que sempre tem um conselho para me dar, é um objecto que me transmite emoções e que guardo com carinho, que gosto de tocar e observar… e talvez por me perder nestes pequenos pormenores deixo passar as horas que podia ter para o ler, mas não me importo, tenho plena consciência de que não viverei anos suficientes para ler todos os livros que gostaria e, por isso, a contemplação dá-me de certa forma algum consolo.

No meu pensamento, o que define uma boa história é o final e, eu gosto de finais felizes! Se chegamos ao fim, e não há nada que possamos tirar da história então de que vale tanto esforço nosso e dos personagens se não conseguem alcançar aquilo porque ambicionam!? Por isso, quando termino de ler um livro, gosto que ele me deixe algo em que pensar e que me deixe saudade por saber que terminou, e tendo em conta os meus princípios decidi eleger dentro de cada um dos géneros que li em 2010 os livros que mais me marcaram.

§  Romance Histórico
Numa época em que a guerra civil dividia a nação, Anne acreditou que podia bater-se com os melhores guerreiros. Pela espada. Por convicção. Por paixão. A Rosa Rebelde conta-nos a fascinante e turbulenta história de uma notável figura histórica, Lady MacIntosh, que ficou conhecida como coronela Anne. Foi uma heroína das Terras Altas da Escócia, uma encantadora rebelde, uma Braveheart que arriscou tudo, incluindo a sua vida, por amor ao seu país e ao seu rei. Fruto de uma cuidada investigação histórica, e com notável mestria, Janet Paisley criou uma extraordinária história de amor, conflito, lealdade e traição que se lê compulsivamente. Uma sensual aventura histórica, repleta de emoção, protagonizada por uma heroína apaixonada e irresistível.A Rosa Rebelde foi, sem margem para dúvidas, o livro que mais me marcou! Por ser a história (baseada em factos verídicos) de uma mulher que se destacou pela bravura e coragem num mundo de homens, por me fazer sentir uma imensidão de emoções discrepantes e por me despertar o desejo de conhecer a Escócia.

E, apesar das perdas sentidas ao longo da história e das cenas cruéis que envolviam as batalhas, o final compensa por tudo isso.

Adjectivando: Tocante!


§  Romance
O ar estava frio quando a Dra. Miranda Jones chegou a casa depois de uma longa semana de trabalho. Mas o seu sangue gelou quando sentiu encostarem-lhe uma faca ao pescoço. Depois de roubaram tudo o que trazia, os assaltantes desapareceram.
Profundamente abalada, Miranda decide esquecer aquela experiência assustadora. E, para isso, nada como aceitar o convite para ir a Itália confirmar a autenticidade de A Dama Negra, um bronze renascentista representando uma cortesã dos Medici.
Mas, em vez de cimentar a sua posição como a maior perita mundial nesse campo, a viagem a Itália destrói-lhe a reputação. Sentindo-se alvo de uma cilada, Miranda está decidida a limpar o seu nome. Mas ninguém parece disposta a ajudá-la... com a excepção de Ryan Boldari, um sedutor ladrão de arte, cujos objectivos são obscuros.
Agora torna-se evidente que o assalto à porta de sua casa foi muito mais do que isso... e que a Dama Negra possui tantos segredos quanto a cortesã que a inspirou. Com a ajuda de um homem em quem não deve confiar mas por quem sente uma atracção intoxicante, o futuro de Miranda parece repleto de traições, mentiras e perigos mortais.
A Dama Negra levou-me a descobrir Nora Roberts, uma autora já com uma vasta obra literária dentro do género, e que tem a capacidade de despertar os nossos sentimentos. Até mesmo eu que não me considero muito dada a romances fiquei rendida!

Nesta história senti uma grande afinidade com a personagem principal, alguém que sempre colocou a carreira profissional em primeiro plano e, que por inveja e maldade dos outros vê ser destruída, e num acaso da vida enquanto busca pela reposição da verdade encontra o amor. O final era o que também eu desejava.

Adjectivando: Compensador.


§  Policial
Numa charneca do Derbyshire assolada pela chuva, os cães de um grupo de caçadores encontram o cadáver de um homem bem vestido, cujo crânio fora esmagado. Chamados a investigar a descoberta, os detectives Diane Fry e Ben Cooper envolvem-se no submundo da caca e daqueles que a detestam, do roubo de cavalos e de um sector pouco conhecido do comércio de came. A medida que Fry segue um trilho complexo para desvendar os interesses duvidosos da vitima, Cooper apercebe-se de que a explicação do caso pode estar enterrada no passado. Mas quando a ultima pista é revelada, Fry e Cooper vêem-se obrigados a encarar a realidade perturbadora de um passado bem mais recente.O Toque da Morte deu-me a conhecer um autor que desconhecia por completo dentro do género policial - Stephen Booth, e que se revelou (para mim) um nome a ter em conta.

Anteriormente a este livro já foram publicados outros sequenciais que poderão ajudar a entender o percurso das personagens principais, mas mesmo assim a história em si é independente das outras. E, esta não se prende só com o homicídio, existem outros valores que são destacados ao longo da história, como a frieza e ausência de sentimentos para com os animais, a capacidade que um ser humano tem para tirar a vida de alguém e o saber dar de nós em prol dos outros.

Adjectivando: Humano.


§  Ficção/Thriller
Universidade de Princeton. Um geneticista famoso morre num laboratório biológico de alta segurança. Em Roma, um arqueólogo do Vaticano é encontrado morto na Basílica de São Pedro. Em África, o filho de um senador americano é morto num acampamento da Cruz Vermelha. Três assassinatos em três continentes têm uma ligação terrível: todas as vítimas estão marcadas por uma cruz pagã druida, queimada na sua carne.
Os bizarros assassinatos conduzem o comandante Gray Pierce e a Força Sigma numa corrida contra o tempo para resolver um enigma que remonta a muitos séculos atrás, a um crime medonho contra a humanidade escondido num códice críptico medieval. A primeira peça do puzzle é descoberta num cadáver mumificado, enterrado num pântano inglês, um segredo horrível que ameaça a América e o mundo.
Ajudado por duas mulheres de seu passado - uma, a sua ex-amante, a outra, a sua nova parceira - Gray tem de reunir todas as peças de uma terrível verdade. Mas as revelações têm um custo elevado e, para salvar o futuro, Pierce terá que sacrificar uma das mulheres ao seu lado. Isso por si só pode não ser suficiente, à medida que o verdadeiro caminho para a salvação vai sendo revelado numa sombria profecia da maldição.
A Força Sigma enfrenta a maior ameaça que a Humanidade já conheceu, numa aventura que vai desde o Coliseu romano aos picos gelados da Noruega, a partir das ruínas de mosteiros medievais aos túmulos perdidos de reis Celtas. O último dos pesadelos é trancado dentro de um talismã enterrado por um santo morto - um artefacto antigo conhecido como a chave do Juízo Final.
Este género pode englobar vários livros que li e que receberam a minha nota positiva, mas opto por um que também podia constar no género policial mas pelo rumo da história penso que seja mais correcto colocá-lo aqui.

Falo de A Chave Maldita de James Rollins, um autor que já conhecia de nome há algum tempo e que sempre me despertou bastante curiosidade por construir as suas histórias com base em factos reais (particularidade que aprecio bastante), felizmente tive oportunidade de ler o seu último livro e digo que é uma história e tanto! Porque nos faz pensar em assuntos bastante controversos e actuais como um bem essencial à vida – a alimentação. E, depois a juntar a isso temos personagens cheias de personalidade, as mais variadas paisagens e motivações, e muita acção.

Adjectivando: Estrondoso!


§  Não-Ficção/Ensaio
Não costumo ler muitos livros que se inserem neste grupo, apesar de os achar importantes para o nosso enriquecimento pessoal e para olharmos para determinados temas com outros olhos.

E, os dois livros que li parecem-me ter valor suficiente para os destacar:

José Maria Abecasis Soares fundou a Associação Ice Care em 2009, reunindo uma equipa de profissionais - um especialista em montanha, um engenheiro do ambiente e uma meteorologista.
Este projecto definiu-se em torno de dois objectivos principais: primeiro, dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas (Jungfrau-Aletsch na Suíça, Quilimanjaro na Tanzânia, Huascarán no Peru, Ilulissat na Gronelândia e o Sagarmatha no Nepal); segundo, trabalhar se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos.
O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.

Horizontes em Branco leva-nos a ver o problema do aquecimento global mais a fundo, mostrando-nos quais as implicações disso na nossa vida e na vida daqueles que já estão a sofrer com as suas consequências directas.
É importante mostrar ao mundo a fragilidade de todo planeta e o papel que cada um de nós pode desempenhar na preservação da vida.

Adjectivando: Factual.


Este não é mais um livro sobre a investigação do desaparecimento de Madeleine McCann. Este é o livro do investigador principal do processo, que foi atacado e vilipendiado quando se encontrava apenas em busca da verdade e da justiça. Ninguém, à excepção dos pais de Maddie, sabe tão bem o que se passou naquela noite fatídica de 3 de Maio de 2007. Gonçalo Amaral escreve na perspectiva da investigação por si conduzida e tem uma forte preocupação factual e de objectividade. Além disso, o livro contém revelações originais e esclarece muitos dos mais controversos aspectos do caso. O texto está apoiado por infogramas e fotografias que facilitam a compreensão do leitor e ilustram os passos da investigação e da conclusão obtida - por mais terrível que a mesma seja: Maddie está morta desde o dia do seu desaparecimento.
Para o autor do livro, Madeleine Beth McCann é a principal preocupação - é ela a vítima, e são as vítimas que têm de ser defendidas pela polícia e perseguidos os culpados do seu sofrimento. Tendo-lhe sido impossibilitado solucionar o caso, devido ao seu afastamento, quando se encontrava eminente a recolha de testemunhos vitais, preferiu abandonar a vida policial activa e retomar a liberdade de expressão não só para lavar a honra das calúnias que sobre si foram lançadas, mas para ajudar a que o caso não caia no esquecimento e a que, mais tarde ou mais cedo, o processo seja reaberto e feita justiça.


Maddie: A verdade da mentira é um livro envolto em muita polémica e, sinceramente, acho que não há assim tantos motivos para isso, é certo que o assunto retratado é bastante delicado mas nada mais. Fico satisfeita por saber que ele brevemente vai estar disponível para quem se sentir impulsionado a ler, e digo desde já que é um livro bastante simples que não fala só do caso em si, fala também daquilo que cada um de nós significa no mundo.

Adjectivando: Sincero.

Acho que qualquer um destes livros é uma boa escolha para passar umas horas em boa companhia. Quanto a mim, resta-me aguardar para ver quais serão as minhas escolhas para o final de 2011...
Até lá, Boas Leituras!...

A Chave Maldita - James Rollins [Opinião]


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A Chave Maldita
de James Rollins

Edição/reimpressão: Setembro de 2010
Editor: Difel
Páginas: 400
ISBN: 9789722909785
Colecção: Literatura Estrangeira

SinopseUniversidade de Princeton. Um geneticista famoso morre num laboratório biológico de alta segurança. Em Roma, um arqueólogo do Vaticano é encontrado morto na Basílica de São Pedro. Em África, o filho de um senador americano é morto num acampamento da Cruz Vermelha. Três assassinatos em três continentes têm uma ligação terrível: todas as vítimas estão marcadas por uma cruz pagã druida, queimada na sua carne.
Os bizarros assassinatos conduzem o comandante Gray Pierce e a Força Sigma numa corrida contra o tempo para resolver um enigma que remonta a muitos séculos atrás, a um crime medonho contra a humanidade escondido num códice críptico medieval. A primeira peça do puzzle é descoberta num cadáver mumificado, enterrado num pântano inglês, um segredo horrível que ameaça a América e o mundo.
Ajudado por duas mulheres de seu passado - uma, a sua ex-amante, a outra, a sua nova parceira - Gray tem de reunir todas as peças de uma terrível verdade. Mas as revelações têm um custo elevado e, para salvar o futuro, Pierce terá que sacrificar uma das mulheres ao seu lado. Isso por si só pode não ser suficiente, à medida que o verdadeiro caminho para a salvação vai sendo revelado numa sombria profecia da maldição.
A Força Sigma enfrenta a maior ameaça que a Humanidade já conheceu, numa aventura que vai desde o Coliseu romano aos picos gelados da Noruega, a partir das ruínas de mosteiros medievais aos túmulos perdidos de reis Celtas. O último dos pesadelos é trancado dentro de um talismã enterrado por um santo morto - um artefacto antigo conhecido como a chave do Juízo Final.



Ponto de Vista: há muito tempo que andava para ler alguma coisa de James Rollins, e ainda bem que surgiu agora a oportunidade. Pois a sua escrita prima por uma base sólida e verídica, o que para mim dobra o valor de um livro e nos proporciona sempre uma aprendizagem sobre temas que muitas vezes desconhecemos.

A Chave Maldita é um livro que toca em assuntos muito actuais e bastante controversos, como a fome, as mudanças climatéricas, o biocombustível e os alimentos geneticamente modificados, dando visibilidade às suas repercussões a curto e longo prazo.

Atingiremos os nove biliões nos próximos vinte anos. E isso numa altura em que o mundo está a ficar sem terra arável, em que o aquecimento global ameaça a devastação e em que os nossos oceanos estão a morrer.”

A história começa, após uma breve passagem pelo ano de 1086, na actualidade com a morte de três pessoas, quase em simultâneo apenas separadas por três continentes e que, aparentemente nada têm em comum, tirando a marca de uma cruz pagã queimada na sua carne. Para resolver, de alguma forma, estes homicídios a Força Sigma, composta por Painter, Monk, Gray, Rachel, a infiltrada Seichan, entre outros, entra em acção e a partir daqui tudo se desenrola de uma forma alucinante, em que somos percorridos pela mesma adrenalina dos personagens, que fogem de tiros, bombas e ogivas de grande destruição, assim como armadilhas de séculos, para conseguirem chegar a tempo de poupar mais vidas, incluindo a de Rachel.

“Gray e Painter comparam notas: três assassínios em três continentes, a violência perpetrada para encobrir o que se passava e o significado do símbolo pagão que parecia ligar tudo.”

Percebe-se então, que as três mortes estão relacionadas com uma grande empresa de alimentos transgénicos, com raízes em todo o mundo e que pretende controlar todos os alimentos e, consequentemente, controlar o crescente número da população a nível mundial. E, para isso, é utilizado um fungo encontrado num cadáver mumificado, descoberto numa investigação arqueológica em Inglaterra, que por ser instável poderá trazer a morte a toda a flora e, consequentemente, à humanidade.

“Estamos apenas a um passo da fome global, da guerra e do caos.”

A história começa-se a adensar, com pormenores de crenças antigas em que povos em guerra utilizavam armas biológicas para combater o inimigo, assim como muitas vezes os alimentos eram vistos como cura para muitos males do corpo. E, para se chegar a alguma conclusão sobre este mistério, é preciso encontrar a chave do Juízo Final, a única esperança para travar a morte.

“Com um pé no presente e outro no passado…”

Outros factos, como a religião, o simbolismo, profecias, monumentos, locais e factos históricos estão extremamente bem enredados em toda a narrativa, assim como relações e sentimentos, a amizade e parceria é sentida em todas as páginas e, o desejo e o amor vivido de forma espontânea e desprendida.            
                                                                                    
“A momentânea chama da paixão nascera do medo, da solidão, da mortalidade.”
  
Estamos perante um livro com uma escrita inteligente, repleto de muita acção, personagens bem construídas e composto por temas extremamente actuais que nos fazem pensar naquilo que temos hoje, no que comemos e nas consequências de tudo isso na nossa saúde e sobrevivência num futuro demasiado próximo.
Para quem gosta de livros do género de Dan Brown e leituras enriquecedoras, aqui está uma óptima escolha.

Em estrelas: +4{

A visitar:

O Livro Inacabado de Dickens - Matthew Pearl


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O Livro Inacabado de Dickens
de Matthew Pearl

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 382
Editor: Editora Planeta
ISBN: 9789896570859

SinopseQuando morreu, em 1870, Charles Dickens estava a escrever O Mistério de Edwin Drood, um romance policial, novidade na altura, a pedido do seu amigo Wilkie Collins. Com 6 capítulos finalizados, a história ia apenas a meio. Como quereria Dickens terminá-la ninguém sabe, embora muito se tenha especulado desde então.

Em O Livro Inacabado de Dickens, Matthew Pearl parte deste acontecimento inesperado para recriar a Londres vitoriana, com capas e bengalas e candeeiros a gás, para mergulhar nos antros de ópio da cidade londrina, para desmontar a pirataria e a rivalidade literária entre Boston e Londres e para rever toda a obra do grande romancista inglês. Tudo isto ganha vida no romance de Matthew Pearl.

Fazendo uso de flashbacks, o autor vai intercalando figuras históricas, como Osgoog, editor da Fields & Osgood, com personagens ficcionadas, factos reais com situações imaginadas, muita intriga, homicídios, reviravoltas inesperadas e até um louco que diz que se chama Dick Datchery, uma personagem do romance incompleto de Dickens.




Ponto de Vista: Assim que li a sinopse deste livro senti logo uma grande vontade de o comprar, e por isso, posso dizer que a compra foi muito desejada e quase imediata.

A história é baseada, realmente, no último conto de Charles Dickens reconstruindo a partir de factos históricos os últimos anos de vida do autor e tudo o que envolveu “O Mistério de Edwin Drood”.
Matthew Pearl destaca o tema do ópio e todo o mundo que o envolvia na altura, mostrando já como a sociedade sucumbia ao seu poder.

“Nós não somos devoradores de ópio; os opiáceos é que são devoradores de homens.”

E ao mesmo tempo, descreve o crescente mundo das editoras e dos direitos de autor, que na altura não eram muito bem vistos porque tiravam, em parte, o domínio, pela editora, de uma obra.

“O nome do editor será muito mais importante do que o de qualquer autor e a nossa tarefa será misturar as tintas de um livro tal como os produtos químicos de um farmacêutico.”

São várias as personagens que podemos encontrar nesta história, algumas que mostram algum sentido para o enredo, outras que acabam por se perder no meio da narrativa. Quem desempenha um papel fulcral é James R. Osgood, sócio de uma editora íntegra que estima os seus autores e funcionários, e que se vê envolvido, juntamente com a sua guarda-livros Rebecca, no submundo do ópio para encontrar as últimas páginas da história de Dickens. Nesta aventura vão encontrar poucos amigos e demasiados inimigos, mostrando que valores como a honestidade e a amizade, muitas vezes, podem trazer demasiados danos para a vida de alguém, mas que também podem ser o único meio de sobrevivência.

“…os livros eram os seus companheiros, o sustento que alimentava a sua mente.”

Após ter terminado a minha leitura anterior, comecei logo a ler este livro porque a curiosidade era imensa, mas não sei se foi de mim ou se foi mesmo da história que não me cativou logo de imediato, e as primeiras páginas foram difíceis.
Achei o início um pouco confuso, com muitas personagens, e várias passagens que me acabaram por confundir, o que me fez abrandar na leitura por diversas vezes, e só na penúltima parte do livro senti algum entusiasmo.
Sinceramente, esperava muito mais do autor e, principalmente, da própria história por se basear na vida de Charles Dickens criador de personagens como Oliver Twist, que faz parte da nossa infância e que permanece “vivo” até aos dias de hoje.

Em estrelas: 2*

Para saber um pouco mais da vida de Charles Dickens:

Sepulcro – Kate Mosse [Opinião]


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Sepulcro
As cartas podem mudar o seu destino.
de Kate Mosse

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 656
Editor: Livros D´Hoje
ISBN: 9789722040648

SinopseMeredith Martin chega a Domaine de la Cade para fazer uma pesquisa para a biografia de Claude Debussy. Mas tem o desejo de descobrir as origens da sua família, que remontam à região. As únicas chaves que tem são a velha partitura de piano, as fotos antigas que a sua mãe lhe deixou e as cartas em que nunca acreditou. De imediato é cativada pela trágica história da casa, que se diz ser assombrada, e pelo destino de Léonie Vernier - uma jovem que em 1981 rumou a Domaine de la Cade com o seu irmão e que em 1987, no dia de Todos-os-Santos, desaparece sem deixar vestígios. Nessa mesma noite, numa pequena aldeia do vale, um sacerdote idoso e recluso é brutalmente assassinado. As únicas ligações entre os dois acontecimentos são a música fantasmagórica que paira no ar nos antigos bosques da montanha e a carta de tarot colocada na mão do morto: a carta XV, O Diabo. Os assassinos nunca foram julgados e o corpo de Léonie nunca apareceu. Quando Meredith vê um antigo túmulo escondido dentro do recinto e ouve a música fantasmagórica que ecoa durante a noite, percebe que a história das cartas está longe de estar morta e enterrada. Contra a sua vontade, vê-se numa corrida contra o tempo, tanto para encontrar o tarot de Vernier como para solucionar o antigo mistério do desaparecimento de Léonie, sem se tornar ela própria a mais recente vítima.




Ponto de Vista: Não sei se já vos aconteceu alguma vez, mas a mim acontece-me com alguma frequência ser chamada por um livro, e Sepulcro foi um desses livros…

Apesar de ser uma história que começa de uma forma funesta, esta consegue automaticamente transportar-nos para Paris, numa época em que a sociedade se dividia entre ricos e pobres, entre o brilho e o glamour e a escuridão e o desencanto.
Envolvendo-nos completamente na vida de Léonie, uma jovem de dezassete anos cheia de energia e personalidade, Anatole, seu irmão mais velho e o responsável pela casa e Marguerite Vernier, a mãe dos dois, uma mulher sofrida mas admirável pela sua beleza, que lhe valia algumas regalias, uma família do século XIX envolta em mistérios, que passarão a ser vividos em Domaine de la Cade, uma propriedade de família e que será palco de toda a história.
Ao mesmo tempo e vivido quase um século, encontramos Meredith Martin, uma académica de 28 anos que vê numa pesquisa para completar a biografia de Claude Debussy uma forma de também ela descobrir as suas próprias raízes, partindo assim para França numa busca muito mais pessoal que profissional.

A história divide-se em duas partes, como duas histórias paralelas que constantemente se entrelaçam e nos fazem querer passar rapidamente de uma para outra de forma a saber qual o desfecho de tudo.

“Coisas a deslizarem entre o passado e o presente.”

Tanto Léonie como Meredith são duas mulheres lutadoras e fortes que procuram o seu objectivo, sendo que a primeira quer desbravar segredos e percebe que existem muitas outras coisas que simplesmente não se explicam, como um baralho de cartas de tarot capaz de mudar o rumo da vida daqueles que se vêem envolvidos nele e um sepulcro habitado por medos e sons, enquanto Meredith, céptica, precisa de um fundamento em tudo, e quando por um acaso lhe é dado a conhecer a sua vida através de um baralho de cartas semelhante, ela vê-se obrigada a mudar o rumo da sua própria história. São elas que se cruzam entre o passado e o presente, mostrando que a vida tem estranhas coincidências e que, aparentemente, existe uma máquina que simplesmente faz acontecer.
Outras personagens surgem tanto numa altura como noutra, como um novelo que faz o enredo e nos fazem perder de ansiedade e urgência pelas 656 páginas deste livro, que para mim tem muito mais do que aquilo que posso deixar aqui escrito.

Resumidamente, é uma história cheia de suspense e sofrimento vivido em duas alturas diferentes, mas todo o mistério em volta de uma partitura de piano, uma fotografia antiga, um baralho de cartas de tarot e um sepulcro levam-nos a querer um pouco mais, e quando terminei a leitura deste livro fiquei com essa mesma sensação.
É um livro muito bem construído, consistente, que me fez relembrar o meu enferrujado francês e que se tornou, para mim, numa leitura quase compulsiva, acho que para quem aprecia os temas tem aqui uma história que irá ocupar umas horas bem passadas na busca de certezas, tal como todas as personagens envolvidas.

Em estrelas: 4{

O Símbolo Perdido – Dan Brown [Opinião]


.



O Símbolo Perdido
de Dan Brown
Aquilo que se perdeu será encontrado…

Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 571
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722520140




Ponto de Vista: Para começar, quero dizer que sou fã do Dan Brown, por isso acho que nunca vou conseguir “dizer mal” de nenhum livro dele.
Pelo que tenho visto por aí em vários blogs, as opiniões em relação a este livro são diversas, mas acho que se fizesse uma estatística talvez as negativas fossem em maior número… =(

Bom, para mim O símbolo perdido não é o melhor livro de Dan Brown porque Anjos e Demónios está no topo, mas talvez receba o segundo lugar juntamente com O Código Da Vinci.

Relativamente à história, esta passa-se em Washington e, apesar de parecer que tudo decorre em câmara lenta e que demora muito mais do que as 12 horas, já que são muitas as situações em que Langdon se vê envolvido em tão pouco tempo. Tudo se centra na Maçonaria e uma pontinha de Noética, e isso é um assunto que, por norma, nos desperta alguma curiosidade (pelo menos a mim), e a visão que nos é dada é que a Maçonaria não é algo prejudicial à sociedade, e sim um circulo restrito de pessoas que partilham ideais e acessibilidades que não estão à mão da maioria de nós, assim como as questões que levanta a noética que acabam por ser bastante pertinentes.

O que eu acho é que, por vezes, a informação é muito condensada e isso para o leitor torna-se cansativo porque é necessário um grande esforço para compreender a mensagem, assim como algumas partes que são um pouco ficcionadas e que nos fazem dispersar de alguma forma. Mas para mim, acho que é um bom livro que recomendo a todos aqueles que gostam do género de Dan Brown e dos temas em causa, porque seja para adaptar ou não a filme, penso que é uma história que prima por ideais e questões que nos fazem pensar naquilo que nos rodeia e na nossa capacidade psíquica.

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