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Maddie: a Verdade da Mentira – Gonçalo Amaral [Opinião]


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MADDIE
A Verdade da Mentira

de Gonçalo Amaral

Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 224
Editor: Editora Guerra & Paz
ISBN: 9789898174123
Colecção: Verdade e Consequência

SinopseEste não é mais um livro sobre a investigação do desaparecimento de Madeleine McCann. Este é o livro do investigador principal do processo, que foi atacado e vilipendiado quando se encontrava apenas em busca da verdade e da justiça. Ninguém, à excepção dos pais de Maddie, sabe tão bem o que se passou naquela noite fatídica de 3 de Maio de 2007. Gonçalo Amaral escreve na perspectiva da investigação por si conduzida e tem uma forte preocupação factual e de objectividade. Além disso, o livro contém revelações originais e esclarece muitos dos mais controversos aspectos do caso. O texto está apoiado por infogramas e fotografias que facilitam a compreensão do leitor e ilustram os passos da investigação e da conclusão obtida - por mais terrível que a mesma seja: Maddie está morta desde o dia do seu desaparecimento.
Para o autor do livro, Madeleine Beth McCann é a principal preocupação - é ela a vítima, e são as vítimas que têm de ser defendidas pela polícia e perseguidos os culpados do seu sofrimento. Tendo-lhe sido impossibilitado solucionar o caso, devido ao seu afastamento, quando se encontrava eminente a recolha de testemunhos vitais, preferiu abandonar a vida policial activa e retomar a liberdade de expressão não só para lavar a honra das calúnias que sobre si foram lançadas, mas para ajudar a que o caso não caia no esquecimento e a que, mais tarde ou mais cedo, o processo seja reaberto e feita justiça.



Ponto de Vista: O dia certo em que comecei a ler este livro não sei, mas foi em consequência da entrevista de Gonçalo Amaral no programa Sinais de Fogo conduzido por Miguel Sousa Tavares, que me irritou profundamente e que me fez tomar uma decisão…

Pensei em não ler este livro, até porque preferia ficar na ignorância e não tomar partidos por ser uma criança de outra nacionalidade, ideia contrária há que tive em relação à Joana. E a minha mãe, por saber que estas questões policiais mexem comigo, andava sempre a dizer “eu vou comprar o livro”, e eu dizia para não comprar porque depois a curiosidade roía-me e acabava por o ler. Bom, foi mais ou menos assim…
Curioso a data em que terminei do o ler (4 Maio 2010), após várias pausas, parece que esta seria então a altura certa…

Há muita coisa no meu país que não funciona bem, tenho plena consciência disso, e a tendência é piorar, infelizmente. Mas apesar disso, existe uma instituição em quem ainda nutro confiança, talvez também isso esteja para mudar em breve, já que as pessoas credíveis que fazem jus à sua profissão estão a ser afastadas, ou por motivos pessoais, doença, idade ou outros, mas por enquanto ainda quero pensar que há quem seja recto e incorruptível, e que irá levar a verdade em frente independentemente das consequências. Sem margem para dúvidas, claro que falo na Polícia Judiciária e em todo o seu grandioso trabalho que tem sido feito ao longo de muitos anos.
Pessoas como Gonçalo Amaral ou Paulo Cristóvão tornaram-se conhecidos pelos piores motivos, porque até então eram pessoas anónimas como eu que desempenhavam o seu trabalho com a maior descrição e rigor sem necessidade de ribalta porque, penso, essa é uma das características principais de um bom Inspector – saber manter o seu anonimato, mas pelos casos mediáticos em que estiveram envolvidos passaram a ser o “actor principal” de um mau filme.

Este livro apenas fez com que a minha opinião se mantivesse intacta e sem um “belisco”, sei que há várias opiniões e respeito isso porque todos nós temos direito a ela, e daí não significa que a nossa seja a verdade absoluta, apenas acho que temos de ser realistas e encarar os factos que não são alteráveis, ou seja, os pais que deixam os filhos sozinhos em casa sabem que correm riscos e a responsabilidade por esses riscos é deles e de mais ninguém, no caso dos McCann a responsabilidade era a dobrar por deixar os filhos numa casa que nem sequer era a sua a muitos kms do seu país, portanto digam o que disserem, há uma coisa que têm de admitir foram negligentes, o que veio em consequência disso não sei, e prefiro não tecer mais comentários, mas também acredito no Eddie e na Keela por serem demasiado leais e verdadeiros, se o trabalho deles não tivesse valor nem sequer existiam, assim sendo, meias palavras bastam. Só quero acrescentar que há muitos pais em sofrimento por não saberem dos seus filhos e não tiveram direito a fundos, muito menos a visitas ao Papa, ou a um interesse especial por parte de um primeiro-ministro, simplesmente choram as suas lágrimas em silêncio sem que ninguém saiba da dor que os trespassa por cada minuto que passa pelo desespero de não saberem o que fazer ou a quem recorrer para encontrarem aquilo que mais procuram, porque há pessoas demasiado ocupadas para determinados assuntos…

Não concordo em terem retirado o livro de circulação porque mais uma vez se põe em causa a opinião, eu tenho a minha em relação a este assunto, li o livro e mantive-a, e agora também eu estou a deixar um comentário aqui sobre o mesmo, acho que esse é um direito que é nosso e não nos pode ser tirado só porque damos a nossa opinião.
Se assim for, que direito tem Luís Militão Guerreiro de escrever um livro sobre uma barbaridade que cometeu e ainda vir a lucrar com isso?!...
Agora só depende de nós, comprar ou não determinado livro e deixarmo-nos influenciar por ele ou não.

Posso sempre aconselhar a leitura de “Maddie: a verdade da mentira”, apesar de noutro formato, mas mais uma vez, acho que essa necessidade parte de cada um de nós, seja este ou outro livro. Mas em relação a este, posso garantir que da minha perspectiva é um livro com uma escrita simples e com poucos rodeios, essencialmente descritivo, que em determinados momentos emociona, que coloca questões relativas à nossa natureza e à visão que se tem daquilo que significamos no mundo…

Em estrelas: 4{

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