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Fetiche - Tara Moss [Opinião]


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«Moss é meticulosa a descrever os procedimentos de investigação, granjeando muitos elogios pela autenticidade dos seus policiais... Ela é bem capaz de se tornar numa das autoras mais bem-sucedidas no género.»
.World Literature Today.




Fetiche
de Tara Moss    

Edição/reimpressão: 2010
Editor: Porto Editora
Páginas: 320
ISBN: 978-972-0-04101-2
Colecção: Alta Tensão

SinopseMakedde Vanderwall é estudante de Psicologia Forense e, nas horas vagas, modelo internacional. Contactada pela agência para realizar alguns trabalhos de moda e relançar a sua carreira, viaja até Sydney, aproveitando a oportunidade para visitar a sua melhor amiga, Catherine Gerber. Mas as passarelas e as intrigas do mundo da moda depressa perdem importância quando Mak tropeça literalmente no corpo mutilado da amiga. Catherine é a mais recente vítima do «assassino dos stilettos», um homicida cruel que sequestra as suas presas e as tortura, para em seguida as matar. Incapaz de se afastar da investigação, Mak ver-se-á enredada num mortífero jogo do gato e do rato, longe de saber que ela própria se tornou na obsessão de um sádico psicopata...



Ponto de Vista: Uma leitura ainda de 2011, mas quando peguei neste livro andava sequiosa de um verdadeiro policial com crimes, descrições macabras, investigações, polícias, assassinos, futuras vítimas, etc, etc…
E decidi investir no único género que me atrai verdadeiramente e que me faz contar as horas para pegar no livro novamente, e posso dizer que desta vez acertei na escolha.

“Como um grande predador, os seus movimentos eram pausados, lentos, sem nada que pudesse alarmar a presa até ao momento do ataque.”

Fetiche conduz-nos para uma história arrepiante que nos dá a conhecer a mente doentia de um sádico psicopata que viola, mutila e mata por puro deleite.

Quando aceita a proposta de uma agência para ir até Sydney, Makedde Vanderwall, uma estudante de Psicologia Forense que tenta ganhar o seu sustento como modelo, só pensa em encontrar a sua melhor amiga Catherine Gerber, mas está longe de imaginar aquilo que realmente a espera. Pois, para seu horror, irá encontrar o corpo de Catherine completamente mutilado em plena sessão fotográfica, algo que tem vindo a ocorrer com alguma frequência.

“Nunca tinha visto um cadáver que parecesse, que cheirasse, tão violentamente, tão horrivelmente a morte como a rapariga que descobrira no dia anterior.”

O choque inicial toma conta de Mak, mas o seu lado policial, tanto pela sua formação como por ser filha de um inspector da polícia, apela por ela acabando por se envolver na investigação mais do que devia…
E a proximidade com Andy Flynn, o responsável pela investigação, não vem ajudar nenhum dos dois, já que este acaba mesmo por ser afastado do caso.
Mas Andy tem um passado obscuro, será ele realmente uma pessoa de confiança?

“No entanto, o assassínio de Catherine Gerber oferecia poucas pistas, mas, em contrapartida, suscitava muitas questões.”

Desafiando o perigo, Mak tenta a todo o custo encontrar pistas que possam levar ao homicida apelidado de «assassino dos stilettos», só que é ela é que está na sua mira como a próxima vítima, a perfeita.
Agora como será ela capaz de fugir das mãos deste assassino cruel e obcecado? E quem será ele, afinal?

“A linha entre pesadelo e realidade tornara-se incrivelmente ténue.”

Esta foi uma leitura compulsiva de três dias, coisa que não é nada normal acontecer-me, tal não foi o envolvimento que senti com a história!...
É certo que as personagens não são isentas de pequenas falhas tanto de personalidade como de atitude, mas conseguiram ser apelativas o suficiente para me deixar com vontade de as conhecer melhor.
Fetiche prende-nos de imediato no suspense inicial de quem poderá ser o serial killer e na sua obsessão, e depois o desespero de Mak em descobrir um culpado e, o caso fortuito com Andy que acaba por dar uma ligeireza à história, completa um enredo com substância, apenas senti que algumas partes ficam soltas apesar de subentendidas, talvez isso se venha a revelar um pouco mais à frente…

Tara Moss é apelidada de Agatha Christie de saltos altos, e na minha opinião acho que lhe assenta muito bem, mesmo sendo Agatha uma autora única e insubstituível na arte de nos enredar e de nos deixar perdidos pelos possíveis culpados do crime, Tara dá-nos uma perspectiva mais crua e directa mas bastante envolvente e com boa argumentação.
Dessa forma, esta foi para mim, uma das melhores leituras de 2011, e apesar de o tema abordado ser de certa forma comum no que diz respeito a policiais, acredito que este não vai desiludir quem é apreciador do género.
Posteriormente, apenas, tal como eu, terá de aguardar pela publicação dos livros seguintes da autora pois a história não termina aqui e o tormento para Mak, ao contrário do que ela esperaria, irá continuar!… 



Em estrelas: -5¸.•☆


Passando por outras páginas...





Passatempo - "A Estrela do Diabo" de Jo Nesbø [D.Quixote]


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A partir de hoje e até dia 25 de Setembro às 23:59h, o Clorofórmio do Espírito em parceria com a D.Quixote, irá sortear UM exemplar de A Estrela do Diabo de Jo Nesbø, um dos escritores policiais mais elogiados e bem sucedidos da Europa.

Assim, para se poderem habilitar a receber em casa o exemplar gentilmente cedido pela D.Quixote, basta responder e seleccionar as respostas correctas às 4 questões colocadas no formulário.

As respostas poderão ser encontradas aqui.


Boa sorte!


Nota:
» Só será aceite uma participação por pessoa/e-mail e para residentes em Portugal Continental e Ilhas.
» Os resultados serão depois publicados no blog e, posteriormente, serão contactados por e-mail os vencedores do passatempo para disponibilizarem os restantes dados necessários ao envio do livro.
» É importante que CONFIRMEM O E-MAIL com frequência porque é a minha ÚNICA forma de contacto com os vencedores e, ao fim de uma semana, se não obtiver resposta, serei obrigada a sortear outra pessoa.

Passatempo - "Pecado Eterno" de Kay Hooper [Casa das Letras]


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A partir de hoje e até dia 31 de Julho às 23:59h, o Clorofórmio do Espírito em parceria com a Casa das Letras, irá sortear UM exemplar de Pecado Eterno de Kay Hooper, autora premiada e aclamada pela crítica e que consegue sempre conduzir os leitores a encontros inesquecivelmente arrepiantes com o medo e o mal.



Alguns pecados não podem ser perdoados… porque há pecados a que ninguém sobrevive.
Assim, para se poderem habilitar a receber em casa o exemplar gentilmente cedido pela Casa das Letras, basta responder e seleccionar as respostas correctas às 4 questões colocadas no formulário.

As respostas poderão ser encontradas aqui.


Boa sorte!


Nota:
» Só será aceite uma participação por pessoa/e-mail e para residentes em Portugal Continental e Ilhas.
» Os resultados serão depois publicados no blog e, posteriormente, serão contactados por e-mail os vencedores do passatempo para disponibilizarem os restantes dados necessários ao envio do livro.
» É importante que CONFIRMEM O E-MAIL com frequência porque é a minha ÚNICA forma de contacto com os vencedores e, ao fim de uma semana, se não obtiver resposta, serei obrigada a sortear outra pessoa.

A Ordem Negra - James Rollins [Outra Opinião]*


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A Ordem Negra
de James Rollins

Edição/reimpressão: 2007
Editor: Difel
Páginas: 454
ISBN: 9789722908313
Coleção: Literatura Estrangeira

SinopseUm misterioso incêndio numa livraria de Copenhaga despoleta uma busca incansável pelos quatro continentes. Fogo posto e assassínio revelam uma insidiosa intriga para roubar uma Bíblia que pertenceu a Charles Darwin. O comandante Gray Pierce mergulha num mistério que já vem dos tempos da Alemanha nazi... e envolve experiências horrendas levadas a cabo num laboratório actualmente abandonado e enterrado nas entranhas de uma montanha polaca.
Noutro continente, a loucura põe de pantanas um remoto mosteiro erguido nas alturas do Nepal, transformando os monges budistas em canibais e torcionários. Lisa Cummings, jovem investigadora americana que vai estudar o fenómeno, torna-se subitamente alvo de um assassino a soldo de forças clandestinas que pretendem silenciar o assunto a todo o custo. O único aliado de Lisa é um peregrino chamado Painter Crowe — director da Força SIGMA e comandante de elite dos cientistas americanos e das forças de operações especiais — que começa a dar mostras de estar afectado pela intrigante doença que contamina a mente dos monges.
E agora está nas mãos de Gray Pierce salvar Painter e Lisa enquanto a Força SIGMA procura desmascarar a trama que há um século procura destruir a ordem mundial actual... e alterar o destino da humanidade para sempre.
Combinando o âmbito histórico de O Código Da Vinci com as emoções imparáveis dos romances de acção contemporâneos, este A Ordem Negra constitui uma emocionante aventura — com um enredo engenhoso, de cortar a respiração, recheado de surpresas... oferecendo-nos ao mesmo tempo uma nova e espantosa perspectiva sobre o nosso lugar no enorme edifício da existência.



Outro Ponto de Vista

Esta história começa por recuar no tempo levando-nos até uma Alemanha Nazi, onde descobrimos o lado mais secreto de Heinrich Himmler que tinha um particular fascínio por runas e pelo ocultismo, integrando um misterioso culto…

“Um circulo fechado de cabalistas ocultistas e cientistas que acreditavam ter sido o mundo outrora governado por uma raça suprema e que voltariam a governar.”

Um mischlinge, sangue mestiço, é poupado juntamente com a sua família para ser obrigado, posteriormente, a levar a cabo experiências horríveis.

A partir daqui, o mistério adensa-se e começam a surgir várias questões, e são elas que nos levam a percorrer as páginas deste livro num fôlego.

»O que foi que o cientista judeu descobriu de tão importante para deixar escrito à sua filha antes de ser assassinado?

“A verdade é demasiado bela para ser ignorada e demasiado monstruosa para ser julgada.”

»O que tem a bíblia de Darwin de tão importante?
»O que esconde a família Waalenberg?

Cabe então à Força Sigma deslindar todo este mistério envolto em muitas perdas de vidas humanas, devastação e uma luta pela sobrevivência em que cada minuto é precioso.

A Ordem Negra é uma história surpreendente que nos prende e fascina do princípio ao fim, tornando-se uma leitura obrigatória para quem gosta do género.


…*Carla Pereira, irmã, amiga
e aventureira em leituras.


Passando por outras páginas:




»Página Oficial de James Rollins

»A Chave MalditaJames Rollins [§Opinião]

O Desertor - Daniel Silva [Opinião]


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O Desertor
Até onde pode ir para salvar uma dívida de sangue?
de Daniel Silva  

Edição/reimpressão: Janeiro de 2010
Editor: Bertrand Editora
Páginas: 448
ISBN: 9789722522182
Colecção: Grandes Romances

SinopseSeis meses após o dramático final de Regras de Moscovo, Gabriel Allon regressa à lua-de-mel com Chiara e ao restauro de uma peça setecentista do Vaticano. Mas a sua paz é efémera.
De Londres chega a notícia de que Grigori Bulganov, espião e desertor russo que lhe salvou a vida em Moscovo, desapareceu sem deixar rasto. Nos dias que se seguem, Gabriel e a sua equipa travarão um duelo mortal com Ivan Kharkov, um dos homens mais perigosos do mundo. Confrontado com a possibilidade de perder a coisa mais importante da sua vida, Gabriel será posto à prova de maneiras inconcebíveis até então. E nunca mais será o mesmo.
Com um enredo surpreendente e um conjunto de personagens inesquecíveis, O Desertor é o thriller mais explosivo do ano e o melhor livro de Daniel Silva até à data.



Ponto de Vista:
“Na verdade, em certas alturas do dia e com a luz e as condições meteorológicas apropriadas, podia até imaginar-se que não havia nenhuma coisa chamada aquecimento global, que não havia nenhuma guerra no Iraque nem no Afeganistão, nenhuma crise financeira mundial, nem qualquer possível ameaça a pairar algures sobre o círculo de montanhas protectoras.”

Bom, voltando aos policiais, mais concretamente aos thrillers
Desta vez, a escolha recaiu sobre o autor Daniel Silva, pois há imenso tempo que queria ler algo deste autor com raízes açoreanas e que já conquistou uma legião de fãs, à qual também eu estou prestes a juntar-me…

Infelizmente, e apesar de ser feita uma breve referência na sinopse, desconhecia que este último livro do autor viesse em seguimento do anterior – As Regras de Moscovo, e enquanto nalguns casos, as histórias mesmo com ligação acabam por ser independentes, neste caso é precisamente o oposto, e apesar da grande habilidade de Daniel Silva com as palavras, o certo é que existem partes em que não conseguimos sentir o verdadeiro peso das acções porque elas estão a ser vividas em sequência de algo que já aconteceu anteriormente. E, nesse aspecto tenho imensa pena de não ter lido As Regras de Moscovo, para sentir a verdadeira emoção de O Desertor.

“Os veteranos gostam de dizer que a vida de um agente operacional do Departamento se faz de viagens constantes e de um tédio embrutecedor, interrompido por interlúdios de puro terror.”

Esta não é uma história simples em que facilmente entramos nela e percebemos o que está em jogo, andamos entre o passado e o futuro, e encontramos personagens ricas, cheias de personalidade e com capacidades de que só alguns são dotados, e entre os quais se destaca Gabriel Allon, um filho de sobreviventes do Holocausto, artista e restaurador talentoso, assassino e espião, que tenta reconstruir a sua vida após a morte do seu filho num atentado que acabou por também vitimizar a sua primeira mulher, internada actualmente numa clínica psiquiátrica.   

“Choramos os mortos e guardamo-los no coração. Mas vivemos as nossas vidas.”

O que Gabriel pretende é deixar as Operações Especiais, e começar uma nova vida ao lado de Chiara, dedicando-se apenas ao que lhe dá especial prazer fazer – a pintura.
Só que isso está muito longe de vir a acontecer, pois surge-lhe uma nova missão que não pode recusar, recuperar o homem que lhe salvou a vida e a quem fez uma promessa que pretende cumprir a todo o custo – o desertor russo Grigori Bulganov, que após se estabelecer em Inglaterra desaparece de forma bastante controversa.
É a partir daqui que os serviços secretos mais temidos e respeitados do mundo entram em acção numa corrida contra o tempo, em que um minuto poderá significar a perda de vidas…

“Ao contrário das pessoas, os números nunca mentiam. E os números não tinham grande aspecto.”

Mas Gabriel terá de enfrentar um dos maiores inimigos de que há memória, e com quem já se cruzou no passado – Ivan Kharkov, um homem sem escrúpulos, associado à máfia russa e à sombra do KGB, que quer a qualquer custo destruir a vida daquele que um dia se cruzou no seu caminho, o roubou e lhe levou a mulher e os filhos.

“Quando marcamos alguém, essa pessoa morre. E os russos também costumam ser assim. São uns fanáticos no que toca ao planeamento e à preparação.”

A situação começa a ganhar contornos mais pessoais, quando Gabriel percebe que Ivan tem em seu poder Chiara, e nesse instante percebemos a verdadeira essência deste lendário assassino israelita, que no meio da amargura e do sofrimento pela possibilidade de a qualquer momento ver a sua vida a desmoronar novamente, reúne forças para alcançar um único objectivo: recuperar a sua mulher e fazer desaparecer todos aqueles que estão envolvidos neste jogo de ódio e vingança.     

Com uma escrita cuidada mas frontal e com um vasto conhecimento de vivências e costumes, Daniel Silva leva-nos a viajar por grande parte da Europa, e a conhecer e percorrer os recantos mais sombrios da cidade de Moscovo, assim como nos mostra uma grande (e talvez a pior) parte da história da própria Rússia desde sempre mergulhada em questões políticas e interesses económicos, em detrimento do bem-estar do povo.

“O povo russo está calado há demasiado tempo. O regime tem utilizado esse silêncio como uma justificação para esmagar qualquer aparência de democracia e impor uma forma de totalitarismo moderado.”

Uma história que nos proporciona momentos de elevada apreensão, incompreensão, revolta e, ao mesmo tempo, de grande lealdade, união, amizade e amor pelos seus e por tudo aquilo em que acreditam sejam ideologias, ética, justiça ou o seu próprio país.

“A realidade é um estado de espírito, pensou. A realidade pode ser aquilo que muito bem se quiser que ela seja.”

E, apesar de não ser particularmente adepta de questões que envolvem espionagem, este livro conseguiu deixar-me num misto de emoções e pensamentos, e teve a capacidade de me fazer sentir, por algum tempo, deslocada do mundo real.
Fica, sem dúvida, a vontade de repetir a experiência.


Em estrelas: 4¸.•☆



A visitar:
     
     ëBlog da Bertrand Editora dedicado ao Autor
  

Uma Questão de Consciência - Ian Rankin [Opinião]


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Uma Questão de Consciência
de Ian Rankin

Edição/reimpressão: Outubro de 2010
Editor: Porto Editora
Páginas: 432
ISBN: 9789720045430
Colecção: Literatura Estrangeira

SinopseNinguém gosta do departamento de assuntos internos da polícia - o «Lado Negro», como é conhecido no meio -, onde polícias investigam outros polícias. É aí que trabalha o inspector Malcolm Fox, numa secção responsável pelos casos mais graves de racismo e corrupção. Enquanto a sua carreira vai de vento em popa, com mais uma investigação bem-sucedida e mais um polícia corrupto desmascarado, a sua vida pessoal deixa muito a desejar. Atormentado entre a culpa de ter internado o pai num lar e a impotência que sente face à situação da irmã, vítima de abusos constantes por parte do homem com quem vive, é-lhe atribuída uma nova missão: aproximar-se de Jamie Breck, um detective suspeito de estar envolvido numa rede de pedofilia, sem que até agora tenha sido possível reunir provas para o acusar. Mas, à medida que Fox se envolve no caso, crescem as suspeitas de que as coisas não são tão lineares como o fizeram crer, e as dúvidas instalam-se, sobretudo quando um terrível homicídio ameaça destruir o frágil equilíbrio entre a sua vida profissional e familiar.



Ponto de Vista: Como me perco por policiais este foi mais um a juntar a todos os que já li e neste caso foi mesmo a sinopse que me fez aventurar nesta leitura, para além de “voltar à Escócia” (país que ambiciono conhecer) pelas mãos do autor Ian Rankin.
Mas ao contrário do que eu esperava, a sinopse mostrou-me uma história que no final se veio a revelar um pouco diferente…

Uma Questão de Consciência é um policial em todos os sentidos da palavra porque a história centra-se na própria polícia assim como em questões de suborno, passando por interesses pessoais e mostrando que nem aqueles que defendem a lei são incorruptíveis, a partir daqui todo o enredo passará por muitos mal-entendidos, por se trilhar um caminho onde ninguém é de confiança, e por pôr à prova o valor da amizade e do companheirismo entre colegas de trabalho. 

“Haveria sempre gente pronta a meter ao bolso um maço de notas em troca de um favor. Haveria sempre gente a aproveitar-se do sistema e a chupar até ao último centavo. Certas pessoas, muitas, continuariam a safar-se incólumes.”

Nesta história, encontramos Malcolm Fox, um inspector do Departamento de Queixas e Condutas – a quem compete investigar casos que envolvam a própria polícia, na casa dos quarenta anos e com uma história de vida semelhante à de muitos outros polícias, divorciado e a viver praticamente só para o trabalho.

“As Queixas eram para os carrancudos, os esquisitos, os policias que jamais se safariam como verdadeiros detectives.”

Apesar disso, a sua vida profissional é pautada pelo sucesso, pois está prestes a concluir mais um caso, e já outro o aguarda, mas desta vez envolve um jovem detective – Jamie Breck, com uma carreira bastante promissora mas que ao que tudo indica está envolvido numa rede de pedofilia.

“Era a passada de um jovem, decidida e forte, como se o futuro comportasse um destino evidente.”

E é quando Malcolm se começa a envolver nesta nova investigação, que de repente se vê atingido por uma série de coincidências da vida que envolvem a sua própria família, mais particularmente a sua irmã Jude, que sofre maus tratos por parte do seu companheiro. Mas no meio da sua angústia por não saber o que fazer para ajudar a sua irmã, surge a notícia de que Vince Faulkner, o companheiro desta, apareceu brutalmente assassinado, e quem ficará responsável pela investigação desta morte será Jamie, sendo a aproximação entre os dois polícias quase inevitável.

“De tudo o que tinha para fazer, de todos os casos com que tinha de lidar, aqueles que os polícias mais odiavam era os de violência doméstica. Odiavam-nos pois raramente produziam um desfecho feliz, e pouco ou nada podiam fazer no sentido de melhorar ou aliviar a situação.”

De um momento para o outro, Malcolm e Jamie vêem-se afastados do seu trabalho por motivos pouco aparentes, e decidem avançar com uma investigação por conta própria, para descobrir o que se está a passar e para poderem repor a justiça, gerando-se aqui, para além da parceria, uma grande amizade.

“Uma equipa raramente era uma equipa. Havia sempre o antagonista, a voz discordante, o agitador. Ou era castrado ou arranjava-se maneira de o mudar de poiso.”

O assassinato de Vince esconde muitas outras coisas e envolve interesses que chegam até aos corredores da polícia, e só à custa dos verdadeiros amigos e da honestidade de algumas pessoas, é que se conseguirá chegar à verdade.

“A polícia consistia numa série de mecanismos interligados, sendo que qualquer um deles podia ser subornado, ou acabar por se desalinhar, ou precisar de conserto…”

Ian Rankin não procurou valorizar as questões mais pessoais de cada personagem, cingindo-se apenas à investigação de todo o caso, mas mesmo assim é fácil simpatizar com Malcolm e Jamie, que pela diferença de idades e crescimento pessoal conseguem unir forças num objectivo comum, mostrando que as opiniões que temos uns dos outros têm de ser construídas por nós e não por terceiros.
Só é pena o autor não ter explorado mais certas situações, como a violência doméstica, ou a impossibilidade de tomar conta dos nossos pais com o avançar da idade, ou mesmo o envolvimento pessoal no local de trabalho, que surgem na sinopse e que depois acabam por ter pouco destaque na narrativa, o que de certa forma empobreceu um pouco a história.


Em estrelas: 3{

Passatempo - 2 Packs de Carlos Ribeiro


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A partir de hoje e até dia 26 de Janeiro às 23:59h, há um novo passatempo promovido pelo Clorofórmio do Espírito em parceria com a Chiado Editora.

Serão 2 packs compostos por Mei-ling e O Contrato do autor português Carlos Ribeiro para sortear!... Dois policiais repletos de muita acção, espionagem e crime!...

Assim, para poderem ser contemplados com um destes packs gentilmente cedidos pela Chiado Editora, basta seleccionarem as respostas correctas (que podem encontrar ao clicarem em cada um dos títulos acima mencionados) às 4 questões colocadas no formulário.

Já terminou!!!

Boa sorte!


Nota:
» Só será aceite uma participação por pessoa/e-mail e para residentes em Portugal Continental e Ilhas.
» Os resultados serão depois publicados no blog e, posteriormente, serão contactados por e-mail os vencedores do passatempo para disponibilizarem os restantes dados necessários ao envio do livro.
» É importante que confirmem o e-mail com frequência porque é a minha única forma de contacto com os vencedores e, ao fim de uma semana, se não obtiver resposta, serei obrigada a sortear outra pessoa.

O Dia de Todos os Pecados - Colleen McCullough [Opinião]


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O Dia de Todos os Pecados
Um dia, uma cidade, doze homicídios...
de Colleen McCullough

Edição/reimpressão: Outubro de 2010
Editor: Difel
Páginas: 400
ISBN: 9789722909792
Colecção: Literatura Estrangeira

SinopseO ano é o de 1967. A Guerra Fria avança, imparável, e o mundo encontra-se à beira do holocausto nuclear. Num bonito dia de Primavera, na cidadezinha de Holloman, Connecticut, onde fica a Universidade Chubb e a Cornucopia, gigante dos armamentos, o chefe dos detectives, capitão Carmine Delmonico, tem preocupações mais urgentes do que arranjar um nome para o seu filho recém-nascido: deram-se doze homicídios num só dia e Delmonico é arrastado para uma sinistra teia de segredos e mentiras.
Com o apoio dos detectives sargentos Abe Goldberg e Corey Marshall e da meticulosa Delia Carstairs, o novo membro da equipa, Delmonico envolve-se no que parece ser um mistério insolúvel. Os homicídios são todos diferentes e não parecem ter qualquer relação entre si. Estarão na presença de um ou de muitos assassinos? E como se doze homicídios não chegassem, Carmine não tarda a ver-se a braços com o misterioso Ulisses, um espião que entrega aos russos os segredos das armas da Cornucopia. Os homicídios e a espionagem são casos diferentes ou estão ligados?
Quando Ted Kelly, agente especial do FBI, se junta à investigação, parece que o que está em jogo é muito mais do que alguém imaginara e que o homicídio é apenas uma peça do quebra-cabeças de crimes que provocou o pânico em Holloman. Enquanto a sobrecarregada polícia enfrenta as politiquices próprias de uma cidade pequena, a rivalidade académica e a avidez empresarial, o número de mortes aumenta e Carmine e a sua equipa descobrem que as respostas não são o que parecem... Mas alguma vez o serão?
Mais uma vez demonstrando que é mestre em suspense, a autora de best-sellers Colleen McCullough regressa com uma empolgante sequela de Um Passo À Frente.



Ponto de Vista:  Colleen McCullough, apesar de ser já uma autora com algumas obras publicadas e de um certo relevo, só agora a ‘descobri’, e como não tinha nenhuma opinião formada sobre ela posso dizer que se revelou uma agradável descoberta.

O Dia de Todos os Pecados vem em seguimento de um livro anterior – Um Passo à Frente, e de início tive algum receio de não conseguir encaixar a história por esse facto, é certo que as personagens tiveram algum crescimento devido a um caso que tinham investigado anteriormente e há várias referências ao mesmo neste livro, mas isso não se revelou impeditivo na compreensão desta nova história e investigação.
Estamos perante um policial recheado de homicídios e suspeitos, em que quase nem nos apercebemos que tudo se desenrola à volta da Guerra Fria e de uma possível 3ª Guerra Mundial, onde a espionagem ganha terreno e a morte se torna justificável.

“Só há uma coisa que garante o genuíno poder: a perda da liberdade pessoal.”

Carmine Delmonico vê-se a braços com doze homicídios, alguns bastante violentos, na pacata cidade de Holloman e que pouco têm em comum senão o facto de terem sido todos cometidos no mesmo dia.
A sua equipa entra em acção para tentar desvendar o que levou a estes crimes e quem está por detrás de tudo. Pelo meio outros problemas o assolam, como arranjar um nome para o seu filho recém-nascido ou escolher entre um dos membros da sua equipa para ocupar um cargo de tenente, e tudo piora quando até a sua própria família começa a estar em perigo de vida.
Com o surgimento do FBI, Carmine percebe que não é só os homicídios que preocupam as forças policiais, existe espionagem na Cornucopia, uma empresa de armamentos, em que o seu presidente foi uma das doze vítimas de homicídio, e por sinal com contornos bastante cruéis.
Entretanto, outros crimes vão surgindo e, ao que parece, estes começam a estar relacionados com esta situação, e é preciso começarmos a chegar perto do final da história para conseguir fazer a ligação de tudo e para descobrir quem é o mentor de todas estas atrocidades.

“O poder transforma os seres humanos em animais..”

Quanto às personagens presentes na história, que são bastantes, na sua maioria elas chegam-nos descritas pelos olhos de Carmine que lhes dá sempre um carácter bastante peculiar. Mas a mais cativante é, sem dúvida, Delia Carstairs, sua assistente, cheia de originalidade, boa disposição, dedicada e trabalhadora, e que nos mostra que o valor está acima de tudo nas nossas atitudes.

“O verniz exterior é bom, mas é a leitura extracurricular que realmente nos ensina.”

E apesar de não ser grande apreciadora de questões políticas, e de esta ser uma história baseada nas diferenças ideológicas de cada um, a mesma consegue-se destacar mais pelos contornos dos crimes e a personalidade de cada personagem, em conjunto com vivências familiares e o papel da mulher na sociedade, e isso, juntamente com o facto de a autora possuir uma escrita simples e directa consegue cativar o leitor e despertar o interesse pelo desfecho da história.
E, espero por isso, ter oportunidade de ler mais sobre as investigações de Carmine Delmonico e a sua fiel assistente Delia Carstairs.      

“As mulheres têm uma coragem incrível, todos os dias das suas vidas. Para um polícia como eu, são presas. Há sempre alguém a observá-las, a segui-las, a espiá-las, e ninguém sabe que mulher será o próximo alvo. Mas nem é só isso: as mulheres são corajosas porque têm filhos e tratam do lar… e essa tarefa pode ser muito difícil!”

Em estrelas: -4{

Balanço das Leituras de 2010...


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Bom, quando um ano termina é quase inevitável não fazer uma retrospectiva de tudo aquilo que vivemos, incluindo as experiências vividas entre páginas.

Este ano, pude constatar que a nível de leituras foi o mais produtivo, pois consegui no pouco tempo que tenho disponível ler 18 livros, sei que para muitos companheiros destas viagens este número é insignificante, mas para mim já é uma grande conquista, e infelizmente nem todos nós temos a mesma velocidade de assimilar palavras e nem sempre devemos ver um livro pelo número de páginas ou por mais um a acrescentar à estatística.


"É pobre a leitura a que só se faz para saber como termina um livro."
- Charles C. Colton -

Para mim, um livro é muito mais do que isso, é um companheiro que sempre tem um conselho para me dar, é um objecto que me transmite emoções e que guardo com carinho, que gosto de tocar e observar… e talvez por me perder nestes pequenos pormenores deixo passar as horas que podia ter para o ler, mas não me importo, tenho plena consciência de que não viverei anos suficientes para ler todos os livros que gostaria e, por isso, a contemplação dá-me de certa forma algum consolo.

No meu pensamento, o que define uma boa história é o final e, eu gosto de finais felizes! Se chegamos ao fim, e não há nada que possamos tirar da história então de que vale tanto esforço nosso e dos personagens se não conseguem alcançar aquilo porque ambicionam!? Por isso, quando termino de ler um livro, gosto que ele me deixe algo em que pensar e que me deixe saudade por saber que terminou, e tendo em conta os meus princípios decidi eleger dentro de cada um dos géneros que li em 2010 os livros que mais me marcaram.

§  Romance Histórico
Numa época em que a guerra civil dividia a nação, Anne acreditou que podia bater-se com os melhores guerreiros. Pela espada. Por convicção. Por paixão. A Rosa Rebelde conta-nos a fascinante e turbulenta história de uma notável figura histórica, Lady MacIntosh, que ficou conhecida como coronela Anne. Foi uma heroína das Terras Altas da Escócia, uma encantadora rebelde, uma Braveheart que arriscou tudo, incluindo a sua vida, por amor ao seu país e ao seu rei. Fruto de uma cuidada investigação histórica, e com notável mestria, Janet Paisley criou uma extraordinária história de amor, conflito, lealdade e traição que se lê compulsivamente. Uma sensual aventura histórica, repleta de emoção, protagonizada por uma heroína apaixonada e irresistível.A Rosa Rebelde foi, sem margem para dúvidas, o livro que mais me marcou! Por ser a história (baseada em factos verídicos) de uma mulher que se destacou pela bravura e coragem num mundo de homens, por me fazer sentir uma imensidão de emoções discrepantes e por me despertar o desejo de conhecer a Escócia.

E, apesar das perdas sentidas ao longo da história e das cenas cruéis que envolviam as batalhas, o final compensa por tudo isso.

Adjectivando: Tocante!


§  Romance
O ar estava frio quando a Dra. Miranda Jones chegou a casa depois de uma longa semana de trabalho. Mas o seu sangue gelou quando sentiu encostarem-lhe uma faca ao pescoço. Depois de roubaram tudo o que trazia, os assaltantes desapareceram.
Profundamente abalada, Miranda decide esquecer aquela experiência assustadora. E, para isso, nada como aceitar o convite para ir a Itália confirmar a autenticidade de A Dama Negra, um bronze renascentista representando uma cortesã dos Medici.
Mas, em vez de cimentar a sua posição como a maior perita mundial nesse campo, a viagem a Itália destrói-lhe a reputação. Sentindo-se alvo de uma cilada, Miranda está decidida a limpar o seu nome. Mas ninguém parece disposta a ajudá-la... com a excepção de Ryan Boldari, um sedutor ladrão de arte, cujos objectivos são obscuros.
Agora torna-se evidente que o assalto à porta de sua casa foi muito mais do que isso... e que a Dama Negra possui tantos segredos quanto a cortesã que a inspirou. Com a ajuda de um homem em quem não deve confiar mas por quem sente uma atracção intoxicante, o futuro de Miranda parece repleto de traições, mentiras e perigos mortais.
A Dama Negra levou-me a descobrir Nora Roberts, uma autora já com uma vasta obra literária dentro do género, e que tem a capacidade de despertar os nossos sentimentos. Até mesmo eu que não me considero muito dada a romances fiquei rendida!

Nesta história senti uma grande afinidade com a personagem principal, alguém que sempre colocou a carreira profissional em primeiro plano e, que por inveja e maldade dos outros vê ser destruída, e num acaso da vida enquanto busca pela reposição da verdade encontra o amor. O final era o que também eu desejava.

Adjectivando: Compensador.


§  Policial
Numa charneca do Derbyshire assolada pela chuva, os cães de um grupo de caçadores encontram o cadáver de um homem bem vestido, cujo crânio fora esmagado. Chamados a investigar a descoberta, os detectives Diane Fry e Ben Cooper envolvem-se no submundo da caca e daqueles que a detestam, do roubo de cavalos e de um sector pouco conhecido do comércio de came. A medida que Fry segue um trilho complexo para desvendar os interesses duvidosos da vitima, Cooper apercebe-se de que a explicação do caso pode estar enterrada no passado. Mas quando a ultima pista é revelada, Fry e Cooper vêem-se obrigados a encarar a realidade perturbadora de um passado bem mais recente.O Toque da Morte deu-me a conhecer um autor que desconhecia por completo dentro do género policial - Stephen Booth, e que se revelou (para mim) um nome a ter em conta.

Anteriormente a este livro já foram publicados outros sequenciais que poderão ajudar a entender o percurso das personagens principais, mas mesmo assim a história em si é independente das outras. E, esta não se prende só com o homicídio, existem outros valores que são destacados ao longo da história, como a frieza e ausência de sentimentos para com os animais, a capacidade que um ser humano tem para tirar a vida de alguém e o saber dar de nós em prol dos outros.

Adjectivando: Humano.


§  Ficção/Thriller
Universidade de Princeton. Um geneticista famoso morre num laboratório biológico de alta segurança. Em Roma, um arqueólogo do Vaticano é encontrado morto na Basílica de São Pedro. Em África, o filho de um senador americano é morto num acampamento da Cruz Vermelha. Três assassinatos em três continentes têm uma ligação terrível: todas as vítimas estão marcadas por uma cruz pagã druida, queimada na sua carne.
Os bizarros assassinatos conduzem o comandante Gray Pierce e a Força Sigma numa corrida contra o tempo para resolver um enigma que remonta a muitos séculos atrás, a um crime medonho contra a humanidade escondido num códice críptico medieval. A primeira peça do puzzle é descoberta num cadáver mumificado, enterrado num pântano inglês, um segredo horrível que ameaça a América e o mundo.
Ajudado por duas mulheres de seu passado - uma, a sua ex-amante, a outra, a sua nova parceira - Gray tem de reunir todas as peças de uma terrível verdade. Mas as revelações têm um custo elevado e, para salvar o futuro, Pierce terá que sacrificar uma das mulheres ao seu lado. Isso por si só pode não ser suficiente, à medida que o verdadeiro caminho para a salvação vai sendo revelado numa sombria profecia da maldição.
A Força Sigma enfrenta a maior ameaça que a Humanidade já conheceu, numa aventura que vai desde o Coliseu romano aos picos gelados da Noruega, a partir das ruínas de mosteiros medievais aos túmulos perdidos de reis Celtas. O último dos pesadelos é trancado dentro de um talismã enterrado por um santo morto - um artefacto antigo conhecido como a chave do Juízo Final.
Este género pode englobar vários livros que li e que receberam a minha nota positiva, mas opto por um que também podia constar no género policial mas pelo rumo da história penso que seja mais correcto colocá-lo aqui.

Falo de A Chave Maldita de James Rollins, um autor que já conhecia de nome há algum tempo e que sempre me despertou bastante curiosidade por construir as suas histórias com base em factos reais (particularidade que aprecio bastante), felizmente tive oportunidade de ler o seu último livro e digo que é uma história e tanto! Porque nos faz pensar em assuntos bastante controversos e actuais como um bem essencial à vida – a alimentação. E, depois a juntar a isso temos personagens cheias de personalidade, as mais variadas paisagens e motivações, e muita acção.

Adjectivando: Estrondoso!


§  Não-Ficção/Ensaio
Não costumo ler muitos livros que se inserem neste grupo, apesar de os achar importantes para o nosso enriquecimento pessoal e para olharmos para determinados temas com outros olhos.

E, os dois livros que li parecem-me ter valor suficiente para os destacar:

José Maria Abecasis Soares fundou a Associação Ice Care em 2009, reunindo uma equipa de profissionais - um especialista em montanha, um engenheiro do ambiente e uma meteorologista.
Este projecto definiu-se em torno de dois objectivos principais: primeiro, dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas (Jungfrau-Aletsch na Suíça, Quilimanjaro na Tanzânia, Huascarán no Peru, Ilulissat na Gronelândia e o Sagarmatha no Nepal); segundo, trabalhar se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos.
O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.

Horizontes em Branco leva-nos a ver o problema do aquecimento global mais a fundo, mostrando-nos quais as implicações disso na nossa vida e na vida daqueles que já estão a sofrer com as suas consequências directas.
É importante mostrar ao mundo a fragilidade de todo planeta e o papel que cada um de nós pode desempenhar na preservação da vida.

Adjectivando: Factual.


Este não é mais um livro sobre a investigação do desaparecimento de Madeleine McCann. Este é o livro do investigador principal do processo, que foi atacado e vilipendiado quando se encontrava apenas em busca da verdade e da justiça. Ninguém, à excepção dos pais de Maddie, sabe tão bem o que se passou naquela noite fatídica de 3 de Maio de 2007. Gonçalo Amaral escreve na perspectiva da investigação por si conduzida e tem uma forte preocupação factual e de objectividade. Além disso, o livro contém revelações originais e esclarece muitos dos mais controversos aspectos do caso. O texto está apoiado por infogramas e fotografias que facilitam a compreensão do leitor e ilustram os passos da investigação e da conclusão obtida - por mais terrível que a mesma seja: Maddie está morta desde o dia do seu desaparecimento.
Para o autor do livro, Madeleine Beth McCann é a principal preocupação - é ela a vítima, e são as vítimas que têm de ser defendidas pela polícia e perseguidos os culpados do seu sofrimento. Tendo-lhe sido impossibilitado solucionar o caso, devido ao seu afastamento, quando se encontrava eminente a recolha de testemunhos vitais, preferiu abandonar a vida policial activa e retomar a liberdade de expressão não só para lavar a honra das calúnias que sobre si foram lançadas, mas para ajudar a que o caso não caia no esquecimento e a que, mais tarde ou mais cedo, o processo seja reaberto e feita justiça.


Maddie: A verdade da mentira é um livro envolto em muita polémica e, sinceramente, acho que não há assim tantos motivos para isso, é certo que o assunto retratado é bastante delicado mas nada mais. Fico satisfeita por saber que ele brevemente vai estar disponível para quem se sentir impulsionado a ler, e digo desde já que é um livro bastante simples que não fala só do caso em si, fala também daquilo que cada um de nós significa no mundo.

Adjectivando: Sincero.

Acho que qualquer um destes livros é uma boa escolha para passar umas horas em boa companhia. Quanto a mim, resta-me aguardar para ver quais serão as minhas escolhas para o final de 2011...
Até lá, Boas Leituras!...

A Chave Maldita - James Rollins [Opinião]


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A Chave Maldita
de James Rollins

Edição/reimpressão: Setembro de 2010
Editor: Difel
Páginas: 400
ISBN: 9789722909785
Colecção: Literatura Estrangeira

SinopseUniversidade de Princeton. Um geneticista famoso morre num laboratório biológico de alta segurança. Em Roma, um arqueólogo do Vaticano é encontrado morto na Basílica de São Pedro. Em África, o filho de um senador americano é morto num acampamento da Cruz Vermelha. Três assassinatos em três continentes têm uma ligação terrível: todas as vítimas estão marcadas por uma cruz pagã druida, queimada na sua carne.
Os bizarros assassinatos conduzem o comandante Gray Pierce e a Força Sigma numa corrida contra o tempo para resolver um enigma que remonta a muitos séculos atrás, a um crime medonho contra a humanidade escondido num códice críptico medieval. A primeira peça do puzzle é descoberta num cadáver mumificado, enterrado num pântano inglês, um segredo horrível que ameaça a América e o mundo.
Ajudado por duas mulheres de seu passado - uma, a sua ex-amante, a outra, a sua nova parceira - Gray tem de reunir todas as peças de uma terrível verdade. Mas as revelações têm um custo elevado e, para salvar o futuro, Pierce terá que sacrificar uma das mulheres ao seu lado. Isso por si só pode não ser suficiente, à medida que o verdadeiro caminho para a salvação vai sendo revelado numa sombria profecia da maldição.
A Força Sigma enfrenta a maior ameaça que a Humanidade já conheceu, numa aventura que vai desde o Coliseu romano aos picos gelados da Noruega, a partir das ruínas de mosteiros medievais aos túmulos perdidos de reis Celtas. O último dos pesadelos é trancado dentro de um talismã enterrado por um santo morto - um artefacto antigo conhecido como a chave do Juízo Final.



Ponto de Vista: há muito tempo que andava para ler alguma coisa de James Rollins, e ainda bem que surgiu agora a oportunidade. Pois a sua escrita prima por uma base sólida e verídica, o que para mim dobra o valor de um livro e nos proporciona sempre uma aprendizagem sobre temas que muitas vezes desconhecemos.

A Chave Maldita é um livro que toca em assuntos muito actuais e bastante controversos, como a fome, as mudanças climatéricas, o biocombustível e os alimentos geneticamente modificados, dando visibilidade às suas repercussões a curto e longo prazo.

Atingiremos os nove biliões nos próximos vinte anos. E isso numa altura em que o mundo está a ficar sem terra arável, em que o aquecimento global ameaça a devastação e em que os nossos oceanos estão a morrer.”

A história começa, após uma breve passagem pelo ano de 1086, na actualidade com a morte de três pessoas, quase em simultâneo apenas separadas por três continentes e que, aparentemente nada têm em comum, tirando a marca de uma cruz pagã queimada na sua carne. Para resolver, de alguma forma, estes homicídios a Força Sigma, composta por Painter, Monk, Gray, Rachel, a infiltrada Seichan, entre outros, entra em acção e a partir daqui tudo se desenrola de uma forma alucinante, em que somos percorridos pela mesma adrenalina dos personagens, que fogem de tiros, bombas e ogivas de grande destruição, assim como armadilhas de séculos, para conseguirem chegar a tempo de poupar mais vidas, incluindo a de Rachel.

“Gray e Painter comparam notas: três assassínios em três continentes, a violência perpetrada para encobrir o que se passava e o significado do símbolo pagão que parecia ligar tudo.”

Percebe-se então, que as três mortes estão relacionadas com uma grande empresa de alimentos transgénicos, com raízes em todo o mundo e que pretende controlar todos os alimentos e, consequentemente, controlar o crescente número da população a nível mundial. E, para isso, é utilizado um fungo encontrado num cadáver mumificado, descoberto numa investigação arqueológica em Inglaterra, que por ser instável poderá trazer a morte a toda a flora e, consequentemente, à humanidade.

“Estamos apenas a um passo da fome global, da guerra e do caos.”

A história começa-se a adensar, com pormenores de crenças antigas em que povos em guerra utilizavam armas biológicas para combater o inimigo, assim como muitas vezes os alimentos eram vistos como cura para muitos males do corpo. E, para se chegar a alguma conclusão sobre este mistério, é preciso encontrar a chave do Juízo Final, a única esperança para travar a morte.

“Com um pé no presente e outro no passado…”

Outros factos, como a religião, o simbolismo, profecias, monumentos, locais e factos históricos estão extremamente bem enredados em toda a narrativa, assim como relações e sentimentos, a amizade e parceria é sentida em todas as páginas e, o desejo e o amor vivido de forma espontânea e desprendida.            
                                                                                    
“A momentânea chama da paixão nascera do medo, da solidão, da mortalidade.”
  
Estamos perante um livro com uma escrita inteligente, repleto de muita acção, personagens bem construídas e composto por temas extremamente actuais que nos fazem pensar naquilo que temos hoje, no que comemos e nas consequências de tudo isso na nossa saúde e sobrevivência num futuro demasiado próximo.
Para quem gosta de livros do género de Dan Brown e leituras enriquecedoras, aqui está uma óptima escolha.

Em estrelas: +4{

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