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Destaque - "Claraboia" de José Saramago [Caminho]


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CLARABOIA, de José Saramago, já disponível em ebook, chegará às livrarias a 17 de Outubro pela mão da Editorial Caminho. 


 ClaraboiaA ação do romance localiza-se em Lisboa em meados do século XX. Num prédio existente numa zona popular não identificada de Lisboa vivem seis famílias: um sapateiro com a respetiva mulher e um caixeiro-viajante casado com uma galega e o respetivo filho - nos dois apartamentos do rés do chão; um empregado da tipografia de um jornal e a respetiva mulher e uma "mulher por conta" no 1º andar; uma família de quatro mulheres (duas irmãs e as duas filhas de uma delas) e, em frente, no 2º andar, um empregado de escritório a mulher e a respetiva filha no início da idade adulta.

O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés do chão, Silvestre, e a mulher, Mariana, sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí obter algum rendimento. A conversa decorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e o romance avança revelando ao leitor as vidas daquelas seis famílias da pequena burguesia lisboeta: os seus dramas pessoais e familiares, a estreiteza das suas vidas, as suas frustrações e pequenas misérias, materiais e morais.

O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o seu debate - debate que 30 anos depois viria a ser o tema central do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis - com Fernando Pessoa: Podemos manter-nos alheios ao mundo que nos rodeia? Não teremos o dever de intervir no mundo porque somos dele parte integrante?

de José Saramago
P.V.P.: 18,50 €
ISBN: 9789722124416
Coleção: Obras de José Saramago
Nº de Páginas: 400

A história de CLARABOIA: 
No começo, já longínquo, dos anos 50 do século XX Saramago escreveu aquele que era o seu segundo romance.
Chamou-lhe CLARABOIA, e um amigo se encarregou de o enviar para um editor. Como resposta obteve o silêncio. Magoado, decidiu que deixaria de ser escritor e durante vinte anos não quis publicar nada mais.  No entanto, passou o tempo, confrontou-se com a vida e com a literatura, trabalhou, escreveu e 50 anos depois conquistou o Prémio Nobel.

O que há em CLARABOIA como ponto de partida daquela que viria a ser uma obra literária de primeira grandeza? Ali está muito do Saramago que conhecemos. Sobretudo o espírito do autor: “Activo, sim, mas lúcido! E lúcido acima de tudo!” afirma uma das personagens. E outra assinala“ – É preciso regras, é preciso leis! – E quem é que as faz? E quando? E com que fim?”Está também Fernando Pessoa, com citações directas – “Queriam-me casado, fútil e tributável? “, “O sentido oculto da vida é não ter a vida sentido oculto nenhum”.
CLARABOIA é Saramago, o autor na plenitude da sua grandeza que mais tarde encontramos  em  O ano da morte de Ricardo Reis, Todos os nomesMemorial do Convento ou Caim.

Uma personagem de CLARABOIA afirma: “Ninguém, pode compreender outrem. E ninguém pode ser, ao mesmo tempo, outrem de si mesmo”. Não estará aqui a chave de O Homem Duplicado? Sobre a forma de um romance de recorte clássico, com uma arquitectura rigorosa, um amplo leque de personagens, um retrato sugestivo da vida das classes populares lisboetas de meados do século XX, CLARABOIA proporciona o prazer da descoberta: o nascimento de um escritor imprescindível na literatura universal.


Sobre o Autor:
  • Filho e neto de camponeses sem terra, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione, como data do nascimento, o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele não perfizera ainda dois anos de idade.
  • Fez estudos secundários (liceal e técnico) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas outras profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista.
  • Publicou o seu primeiro livro, um romance (Terra do Pecado), em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar, até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, desde 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor.
  • A sua obra literária é vastíssima e encontra-se traduzida e publicada em diversas línguas.
  • Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 passou a dividir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lazarote, no arquipélago de Canárias (Espanha).
  • Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura, entre muitos outros prémios.
  • José Saramago morreu a 18 de Junho de 2010.

José Saramago (1922-2010)


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Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.


José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"




José de Sousa Saramago, o nosso prémio Nobel nasceu em Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 e faleceu a 8 de Junho de 2010 na sua casa em Tías, Lanzarote, vitíma de doença prolongada, e sendo ele a pessoa que foi achei por certo deixar aqui esta referência.
A sua obra é fastissima entre romances, poemas, crónicas passando até por peças de teatro, sem dúvida, que nos deixou demasiado para ser esquecido nos próximos séculos!...

Pessoalmente, ainda não li nenhuma obra de Saramago e, penso que não serei grande apreciadora, mas isso não significa de modo algum desprestígio ou indiferença relativamente a tudo o que significa para Portugal e para a Cultura. Acho que, José Saramago era uma pessoa polémica que tocava em assuntos demasiado delicados e que movimentam massas, o que por vezes se pode tornar num risco demasiado perigoso, pecava, mais uma vez na minha modesta opinião, por achar que as suas ideias e ideologias eram as certas e que as pessoas seriam ignorantes por não perceberem isso, e nesse aspecto deveria ser um pouco mais pacifico a abordar determinados assuntos, porque opinião todos nós temos e também cada um é livre de acreditar no que acha certo, e não podemos simplesmente “obrigar” ninguém a pensar de forma diferente.
Também não posso deixar de referir que algumas das vezes que falou de Portugal, magoou-nos o orgulho, e isso para nós portugueses deixa-nos sempre uma ponta de tristeza porque é tão difícil destacarmo-nos lá fora pela positiva e os outros são sempre tão prontos a porem os portugueses na “mó de baixo”, que não precisamos de ser nós próprios a fazer isso!...
Mas tirando estes pontos menos positivos, acho que nos devemos orgulhar de todo o caminho que José Saramago desbravou e do seu esforço em fazer de todos nós pessoas mais cultas.
E por tudo isto e, independente de qualquer outra coisa, aqui fica o meu mais sincero Obrigada!

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