Um grande amor. Uma tragédia. E a vida depois de tudo isso.
Edição/reimpressão: Setembro de 2011
Editor: Arcádia
Páginas: 344
ISBN: 9789892800561
Colecção: Arcádia Ficção
Páginas: 344
ISBN: 9789892800561
Colecção: Arcádia Ficção
SinopseEla foi o meu primeiro beijo. O meu primeiro Amor. Ela era a pequena menina dos fósforos que conseguia ver o futuro na chama de uma vela. Uma fugitiva que me ensinou mais sobre a vida que qualquer pessoa antes ou depois. E quando partiu a minha inocência partiu com ela. Agora que começo a escrever, uma parte de mim sente que estou a acordar algo que era melhor que permanecesse morto e enterrado ou, pelo menos, enterrado. Podemos enterrar o passado mas ele nunca morre realmente. A experiência daquele Inverno cresceu em mim como hera na parece de uma casa, crescendo até ao ponto de fazer rachar tijolo e cal. Rezo para poder ainda contar a história como deve ser. A minha memória, como a minha vista, estão a desvanecer-se com a idade e já lá vão bem mais de 50 anos. Ainda assim há coisas que ficam mais claras com o passar do tempo. Pelo menos disto tenho a certeza: naqueles tempos houve demasiadas coisas mantidas em segredo. Coisas que nunca deveriam ter sido escondidas e outras que nunca deveriam ter sido reveladas.
“O Eric não conseguiu perceber por que é tão importante para mim ter um diário. Talvez eu só queira deixar alguma prova de que existi.”
Diário de Grace
Grace é uma história contada na primeira pessoa, mas é acima de tudo memórias de uma vida, desde a inocência e ingenuidade de criança à dura realidade da vida adulta.
Eric revive o passado com um intervalo de décadas, um passado que lhe deixou marcas profundas, que lhe construiu o carácter e que o fez tornar-se uma pessoa de causas.
“A semente que Grace plantou no meu coração vai pôr muitas gerações de crianças a salvo da negligência e do abuso.”
E neste novo caminho que traçou para si encontra Eric, que surge como a personificação do bem, que lhe dá uma mão amiga, abrigo e, por fim, o sentimento mais grandioso: amor genuíno, que não cobra e não magoa, algo que juntos irão descobrir e viver intensamente.
“Acho que estava à beira daquela que devia ser a fantasia das fantasias para a maior parte dos adolescentes, mas não tinha mais de catorze anos e o sexo oposto aterrorizava-me tanto como me desorientava.”
Mas, Grace é uma fugitiva, e uma criança desaparecida aos olhos dos outros, e tarde ou cedo, o seu refúgio na cabana de Eric e Joel, o seu irmão, irá ser descoberta, mas até esse dia acontecer, Eric pretende dar à sua primeira namorada tudo o que de melhor tiver, e mais ainda quando descobre o seu segredo, algo que terá implicações num futuro demasiado próximo.
Mesmo passando por imensas dificuldades financeiras, Eric prepara várias surpresas a Grace com a cumplicidade do seu irmão mais novo Eric, e no Natal os seus esforços serão redobrados, dando asas ao sonho de Grace e acabando ambos por viver um momento mágico e inesquecível.
“Acho que o segredo de uma vida feliz é termos memória selectiva. Lembremos os momentos que nos são gratos e esqueçamos rapidamente os que o não são.”
Diário de Grace
Só que essa felicidade seria demasiado efémera, pois Eric vê-se obrigado a revelar o esconderijo de Grace, e é a partir desse momento que o destino de ambos será traçado de uma forma irremediável.
Richard Paul Evans constrói uma história real, que muitas vezes se pode passar mesmo ao nosso lado e à qual nunca se dá a devida atenção. Por isso, o que o autor pretendeu com este retrato foi dar voz aos silêncios vividos por muitos adolescentes, que não passam de crianças, a quem lhes é roubada a inocência.
Os temas abordados são imensos, e existe um contraste enorme entre eles, pois se por um lado encontramos sentimentos como o amor, a amizade, os laços familiares, a religião, por outro somos atingidos pela a pobreza, a doença, o bulling, o abuso sexual, e até a guerra.
A pureza de sentimentos vividos por Grace e Eric, assim como a sua coragem nas adversidades demonstra a grande diferença que existe entre o ser adulto e ser adolescente, pois dentro da irresponsabilidade de alguns actos, a justiça do seu carácter não tem em conta aquilo que parece bem aos olhos dos outros.
“Na maioria das recordações, os momentos bons desvanecem-se enquanto os maus ficam firmemente gravados nos recantos dos nossos corações.”
E, como já devem ter percebido, o meu receio inicial veio a concretizar-se, pois o que vamos encontrar neste livro é uma realidade tão dura, que será impossível ficar-lhe indiferente, emociona, revolta e desgasta-nos de uma forma tão profunda que dificilmente será possível de esquecer.
Assim Faria
Por Grace Webb
«Se pudesse iluminar a tua vida como tu iluminaste a minha. Assim faria.
Se pudesse amar-te tão profundamente como tu me amaste. Assim faria.
Se pudesse sarar o teu coração como tu saraste o meu. Assim faria.
Se pudesse conduzir-te até Deus como tu me conduziste. Assim faria.
Se pudesse dar-te a esperança que tu me deste. Assim faria.
Se pudesse ficar contigo para sempre. Assim faria.»
Em estrelas: +3¸.•☆