Uma leitura que se começa e não se consegue interromper.
de Ken Follett
Edição/reimpressão: Maio de 2011
SinopseUnanimemente considerado um dos mestres actuais do policial, Ken Follett tem a capacidade única de, a cada novo romance, reinventar o próprio thriller. Em A Ameaça, um poderoso agente antiviral desaparece misteriosamente das instalações da Oxenford Medical, uma empresa farmacêutica que está a desenvolver um antivírus para uma das mais perigosas variedades do Ébola. Quem o poderá ter roubado? E com que obscuras intenções? Toni Gallo, responsável pela segurança da empresa, está profundamente consciente da terrível ameaça que o seu desaparecimento pode significar. Mas o que Toni, Stanley Oxenford, o director da empresa, e a própria polícia vão encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios… Traições, violência, heroísmo e paixão num thriller absolutamente brilhante.
“Tudo aquilo raiava a loucura. Mas o mundo estava louco.”
Em A Ameaça, a morte de um dos funcionários da Oxenford Medical, uma conceituada empresa farmacêutica, veio abalar a estrutura de segurança a cargo de Toni Gallo, uma experiente ex-polícia. Só que ela não podia prever que nas vésperas de Natal, uma situação ainda mais grave acontecesse: o roubo da amostra de um dos vírus mais mortais de que há memória.
“Só podia haver uma razão para alguém comprar o Madoba-2: o desejo de fazer um grande número de vítimas.”
Mas um mal nunca vem só, e quando Toni decide comunicar o sucedido ao director da empresa, Stanley Oxenford, descobre que o mentor do roubo foi o próprio filho de Stanley, que levado pelo desespero das dívidas de jogo que contraiu vê-se num caminho sem retorno. A realidade não podia ser mais devastadora e atinge toda a família de Stanley, que se vê envolvida em interesses, mágoa e perdas irreparáveis, e que só pela bravura de alguns conseguirá manter-se viva.
“Os dados estavam lançados, arriscara uma aposta e agora não havia mais nada a fazer a não ser ganhar ou perder.”
Cada personagem é bem caracterizada, com uma personalidade única e, de uma forma ou de outra, tem um papel a desempenhar no desenvolvimento da história, mas sem dúvida, os que me conquistaram pela sua coragem e rebeldia foram os adolescentes Craig e Sophie, os verdadeiros heróis da história, pois perante uma situação de desespero onde toda a família corre risco de vida enfrentam armas e criminosos.
A parte principal da acção passa-se num curto período de dias, e a sensação que se tem é que tudo acontece em câmara lenta, como se fosse ao minuto, nenhum pormenor é descurado, e se por um lado a nossa imaginação dificilmente pode fugir ao que está escrito por outro também se vai perdendo o entusiasmo inicial pois sentimos que tudo demora demasiado para acontecer.
No entanto, e mesmo a ter ficado um pouco aquém das minhas expectativas, continuo a achar que foi uma óptima leitura pois os vários temas que se encontram enredados em toda a história, como a morte de animais em prol da ciência, um vírus letal ser utilizado como uma arma, o vício do jogo, os dramas familiares ou o amor em qualquer idade, torna-a realmente singular.
Facilmente se denota que Ken Follett possui uma escrita madura, pensada e justificada, e que construiu uma história para fazer o leitor reflectir numa série de questões que se levantam após a leitura, e talvez fosse um livro para se encaixar mais num romance que propriamente num thriller, pois a maior ameaça acaba por não ser o vírus Madoba-2, mas algo muito mais pessoal.
A Ameaça é uma história essencialmente familiar, onde todos têm os seus segredos e as suas fraquezas, sendo um bom livro para quem queira descobrir a escrita do autor ou que procure ler um thriller mais ligeiro mas igualmente intrigante.
Em estrelas: 4¸.•☆