Passatempos:

José Saramago (1922-2010)


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Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.


José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"




José de Sousa Saramago, o nosso prémio Nobel nasceu em Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 e faleceu a 8 de Junho de 2010 na sua casa em Tías, Lanzarote, vitíma de doença prolongada, e sendo ele a pessoa que foi achei por certo deixar aqui esta referência.
A sua obra é fastissima entre romances, poemas, crónicas passando até por peças de teatro, sem dúvida, que nos deixou demasiado para ser esquecido nos próximos séculos!...

Pessoalmente, ainda não li nenhuma obra de Saramago e, penso que não serei grande apreciadora, mas isso não significa de modo algum desprestígio ou indiferença relativamente a tudo o que significa para Portugal e para a Cultura. Acho que, José Saramago era uma pessoa polémica que tocava em assuntos demasiado delicados e que movimentam massas, o que por vezes se pode tornar num risco demasiado perigoso, pecava, mais uma vez na minha modesta opinião, por achar que as suas ideias e ideologias eram as certas e que as pessoas seriam ignorantes por não perceberem isso, e nesse aspecto deveria ser um pouco mais pacifico a abordar determinados assuntos, porque opinião todos nós temos e também cada um é livre de acreditar no que acha certo, e não podemos simplesmente “obrigar” ninguém a pensar de forma diferente.
Também não posso deixar de referir que algumas das vezes que falou de Portugal, magoou-nos o orgulho, e isso para nós portugueses deixa-nos sempre uma ponta de tristeza porque é tão difícil destacarmo-nos lá fora pela positiva e os outros são sempre tão prontos a porem os portugueses na “mó de baixo”, que não precisamos de ser nós próprios a fazer isso!...
Mas tirando estes pontos menos positivos, acho que nos devemos orgulhar de todo o caminho que José Saramago desbravou e do seu esforço em fazer de todos nós pessoas mais cultas.
E por tudo isto e, independente de qualquer outra coisa, aqui fica o meu mais sincero Obrigada!

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